Acidente da Air France
4 de abril de 2011Quase dois anos após a queda no Oceano Atlântico do avião que fazia a rota Rio de Janeiro-Paris, o governo francês confirmou nesta segunda-feira (04/04) que foram encontradas no oceano partes da fuselagem contendo corpos dos passageiros do voo 447 da Air France.
A ministra francesa dos Transportes, Nathalie Kosciusko-Morizet, informou que já foi publicado um edital de concorrência para o resgate dos corpos e dos destroços, o que deverá começar nas próximas três ou quatro semanas. Parte da cabine de passageiros, duas turbinas e parte das asas foram encontradas por minissubmarinos teleguiados entre 3 mil e 4 mil metros de profundidade.
Nathalie Kosciusko-Morizet ressaltou que as partes encontradas são "muito importantes" para as investigações. Agora, a Agência Francesa de Investigação e Análise para a Aviação Civil (BEA, do francês) espera localizar rapidamente as caixas-pretas do avião.
O acidente ocorreu na madrugada do dia 1º de junho de 2009. O Airbus 330-203 fazia a rota Rio de Janeiro-Paris quando caiu no mar cerca de quatro horas após a decolagem, matando todos os 228 passageiros e tripulantes a bordo. Até hoje as causas da tragédia não estão esclarecidas.
No domingo, a agência francesa já havia anunciado ter encontrado uma enorme parte do Airbus. Pequenos submarinos teleguiados foram usados na busca no fundo do oceano – a quarta desde o acidente.
Conversa com familiares das vítimas
O secretário de Estado francês dos Transportes, Thierry Mariani, afirmou que os familiares das vítimas seriam informados sobre as novas descobertas em uma reunião no final de semana, e que antes deste encontro mais detalhes não seriam divulgados.
"É verdade que foram vistos corpos, mas dada a natureza sensível do tema, preferimos preservar alguns detalhes para os familiares", disse Mariani à emissora Radio França Internacional. Apenas 51 corpos foram resgatados até hoje.
Uma das principais linhas de investigação sobre as causas da tragédia trabalha a hipótese de congelamento dos sensores de velocidade da aeronave, que teriam feito leituras inconsistentes antes da perda de comunicação com o avião.
Os destroços encontrados não estão muito longe da última posição enviada pelo avião antes do acidente. As partes encontradas estariam relativamente juntas, afirmaram os especialistas, uma prova de que a aeronave se destroçou apenas depois do contato com a água.
MSA/rtr/dpa
Revisão: Roselaine Wandscheer