França vai julgar acusados de tortura e desaparecimentos na ditadura Pinochet
22 de fevereiro de 2007Os réus, 16 chilenos e um argentino, em sua maioria militares, são acusados por detenção e seqüestro, acompanhados de torturas ou atos de crueldade, ou por cumplicidade nestes delitos. O julgamento será à revelia e deve ser realizado, o mais tardar, em 2008.
A juíza Sophie Clément, encarregada do caso, não atendeu o pedido da procuradoria de suspender o julgamento de três dos 19 acusados, inclusive o do fundador da Colônia Dignidade, Paul Schaefer.
Augusto Pinochet e o general Javier Palacios Ruhman, que figuravam entre os 19 acusados contra os quais a Justiça francesa emitiu ordens internacionais de detenção em 2001 e 2005, foram retirados do procedimento após seu falecimento, em 2006.
Além de Pinochet e de Palacios Ruhman, que comandou o ataque ao Palácio da Moeda no golpe de Estado de 1973 contra o presidente Salvador Allende, Pacheco Cardenas, outro acusado, também já morreu.
A juíza recebeu um extenso relatório chileno, mostrando que a maioria das vítimas da ditadura foi torturada. Os quatro franceses desaparecidos são Alfonso Chanfreau Oyarce, Etienne Pesle, Georges Klein e Jean-Yves Claudet Fernández.
Os três primeiros foram detidos entre 1973 e 1975, e o último foi preso durante uma viagem à Argentina. A investigação judicial dos desaparecimentos foi aberta na França em 1998, após as denúncias feitas por seus familiares. (rw)