França faz primeiras eleições após atentados
6 de dezembro de 2015O primeiro turno das eleições regionais na França, neste domingo (06/12), está sendo observado de perto como um barômetro do sentimento eleitoral após os atentados de Paris. Os partidos tradicionais estão cada vez mais preocupados com o que chamam de uma perigosa guinada à direita.
De acordo com pesquisas eleitorais, o partido Frente Nacional (FN), chefiado por Marine Le Pen, deve alcançar cerca de 30% dos votos, tornando-se a principal força no primeiro turno das eleições regionais.
A populista de direita viu fortalecida sua política nacionalista e anti-imigratória após os ataques em Paris, que deixaram 130 mortos e 350 feridos no último dia 13 de novembro.
As sondagens mostram que a ala conservadora de centro-direita chefiada pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy deverá obter 29% dos votos. Mas o Partido Socialista, do atual presidente François Hollande, irá sofrer provavelmente uma dura derrota: somente 22% dos votos devem ir para os socialistas, segundo as pesquisas.
A decisão será tomada somente no segundo turno, em 13 de dezembro. Poderão participar todos os partidos que obtiveram mais de 10% dos votos no primeiro turno. Na segunda rodada, os socialistas ainda poderão contar com o apoio dos Verdes e do Partido de Esquerda. Segundo as pesquisas, esses dois últimos partidos deverão obter juntos 11% dos votos.
Mais de 46 milhões de franceses estão aptos a escolher os representantes parlamentares das regiões recém-formadas, após uma reforma que reduziu de 22 para 13 as unidades administrativas da França. O aumento de tamanho das regiões deve ampliar a competitividade internacional do país. Há ainda cinco departamentos ultramarinos.
As eleições regionais são a última votação importante antes das eleições presidenciais no início de 2017. Uma vitória tem um alto valor simbólico. Marine Le Pen pretende se tornar presidente regional da região Norte-Passo de Calais-Picardia, no norte do país. Mas seu objetivo maior é assumir o poder no Palácio do Eliseu.
Depois dos atentados em Paris, as eleições acontecem sob fortes medidas de segurança. Os locais de votação estão sendo vigiados por militares e pela polícia.
CA/dpa/rtr/afp