Cidades & Roteiros
12 de junho de 2010Já imaginou fazer um passeio de bicicleta ou uma cavalgada pelas planícies verdes do Norte da Alemanha, em meio a fazendas e moinhos de vento? Esta é uma entre as muitas opções de lazer disponíveis na região da Frísia Oriental, no estado da Baixa Saxônia.
Cercada, de um lado, pela fronteira com a Holanda e, do outro, pelo Mar do Norte, a região é uma ótima pedida para os amantes da natureza, que buscam férias combinando tranqüilidade, belas paisagens e custos relativamente baixos.
As opções de acomodação são variadas, oferecendo diferentes níveis de conforto e preços. Mas para quem procura calma, ar fresco e céu aberto na Frísia Oriental, a melhor alternativa é o turismo rural.
Ordenha turística
Muitas fazendas e ranchos, localizados próximos a pequenas vilas ao redor dos municípios de Emden, Aurich ou Ihlow, oferecem hospedagem a preços baixos para os padrões alemães, além da opção de se integrar ao dia-a-dia local, observando ou até mesmo auxiliando na ordenha das vacas e na colheita.
Os preços de hospedagem variam, mas é possível encontrar acomodações a partir de 15 euros com café da manhã, em quarto individual, ou meia-pensão (desjejum e mais uma refeição) por cerca de 25 euros. As refeições, geralmente fartas, são feitas na cozinha da fazenda, e os hóspedes muitas vezes dividem a mesa com a família dos proprietários.
Uma vez instalado, uma dica é sair pela região de bicicleta ou a cavalo – a maior parte dos estabelecimentos oferece aluguel dos dois meios de transporte. A paisagem é incrivelmente plana e aberta, o que dá a impressão de um céu muito mais amplo do que em qualquer outro lugar.
Do you speak plattdeutsch?
O verde das planícies da Frísia Oriental também chama a atenção, e as dezenas de vacas holandesas que caminham calmamente pelos pastos compõem uma paisagem idílica.
O silêncio é apenas interrompido pelo motor de alguns tratores, o mugido das vacas e o som dos moinhos de vento, daqueles feitos de madeira, comuns nas telas de Vincent van Gogh. A maioria contudo, já foi substituída por modelos modernos, que produzem energia com mínimo impacto ambiental.
Na Frísia Oriental existem mais de três mil quilômetros de trilhas, que podem ser utilizadas por ciclistas, pedestres e, muitas vezes, também cavaleiros e amazonas. Ficar perdido é quase impossível, já que a sinalização é precisa e freqüente, melhor até mesmo que na maioria das áreas urbanas brasileiras.
Ainda assim, caso o viajante se perca, não há motivo para se preocupar. A gentil população fará de tudo para ajudá-lo a encontrar o caminho de volta – seja em plattdeutsch, o dialeto da região, seja em inglês, que as novas gerações costumam dominar.
Arco-íris sem igual
O turista também poderá se deparar com impressionantes arco-íris, daqueles vistos somente em cartões postais. Devido à proximidade do Mar do Norte e ao relevo plano, os ventos costumam ser fortes, provocando chuvas refrescantes e curtas, que vão e vêm rapidamente, fazendo com que o fenômeno natural se forme freqüentemente e em cores vivas.
Como não há prédios ou montanhas, normalmente é possível ver as duas pontas do arco-íris, um espetáculo raro em zonas mais acidentadas.
"A torre mais torta do mundo"
Para completar o roteiro, é interessante visitar também alguns vilarejos frísios. As comunidades costumam abarcar algumas dezenas de casas de tijolo aparente – estilo de construção predominante na região –, uma igreja do mesmo material e um pequeno cemitério, que conta normalmente com túmulos de soldados e civis mortos nas diversas guerras de que a Alemanha participou.
Vale destacar a velha igreja do povoado de Suurhusen, localizado no município de Hinte, construída em 1450 e cuja torre já afundou mais de dois metros por causa do terreno arenoso da região.
Segundo os habitantes locais, trata-se da torre mais torta do mundo, superando mesmo o ângulo de inclinação da famosa torre de Pisa. Atualmente, depois de algumas reformas, o afundamento está sob controle, e especialistas garantem que não há risco de desabamento.