Fundador da Amazon compra jornal "Washington Post"
6 de agosto de 2013O empresário Jeff Bezos, fundador da Amazon, vai comprar o tradicional jornal Washington Post por 250 milhões de dólares, informou o próprio diário nesta segunda-feira (05/08). Bezos passará a ser o único proprietário da empresa de mídia, que ele comprará como pessoa física, sem envolver a Amazon.
Bezos foi pioneiro das vendas online, tendo começado vendendo livros da sua garagem em Seattle em 1995. Hoje, a Amazon é a maior loja online do mundo e garantiu a seu fundador uma fortuna avaliada em 25 bilhões de dólares. A Harward Business Review deste ano classificou Bezos como o empresário com o segundo melhor desempenho na última década, atrás apenas de Steve Jobs.
A crescente concorrência da internet pelas receitas publicitárias foi a principal motivação para a venda do Washington Post, de acordo com o próprio jornal. Nos últimos seis anos, a receita da empresa caiu 44%. A circulação da edição impressa do jornal caiu 7% somente no primeiro semestre de 2013.
"A internet está transformando quase todos os elementos dos negócios de mídia: encurtando o ciclo de notícias, corroendo fontes de receita confiáveis e permitindo novos tipos de concorrência", escreveu Bezos. "Não há um mapa, e traçar um caminho não será fácil. Teremos de inventar, o que significa que teremos que experimentar."
Fundado em 1877, o Washington Post é o principal jornal da capital dos EUA e está no mesmo patamar do New York Times em termos de influência. A compra por Bezos põe fim a 80 anos ininterruptos de propriedade da família Graham, que controlava o jornal desde 1933. O jornal se tornou mundialmente conhecido por causa do escândalo Watergate, por ele revelado, e que levou à renúncia do presidente Richard Nixon.
O Washington Post era um dos últimos jornais de propriedade familiar nos EUA. O modelo familiar alcançou o apogeu no século 20, mas parece condenado ao desaparecimento devido à internet e à crise do setor jornalístico. Entre os poucos jornais "familiares" que ainda sobrevivem nos EUA está o New York Times, propriedade da família Sulzberger.
LPF/dpa/ap/efe