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G7 ameaça Rússia com mais sanções e apoia meta climática

8 de junho de 2015

Ao fim da cúpula na Baviera, países convocam comunidade internacional a se manter firme perante Moscou. Merkel, Obama e outros líderes se comprometem a apoiar estabelecimento de limite de 2ºC para aquecimento global.

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G7 Gipfel Schloss Elmau Outreach Konferenz Gruppenfoto
Foto: Getty Images/AFP/R. Michael

No segundo e último dia da cúpula do G7, na Baviera, os líderes das sete potências industrializadas concordaram em apoiar o estabelecimento de uma meta para limitar o aquecimento global e aumentaram a pressão sobre a Rússia, ameaçando reforçar ainda mais as sanções contra o país caso a situação se agrave no leste da Ucrânia.

No domingo, a cúpula já havia tido o conflito na Ucrânia como tema. O presidente americano, Barack Obama, e a anfitriã, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, convocaram a comunidade internacional a se manter firme contra a Rússia, até que o Kremlin aja dentro dos parâmetros estabelecidos pelo acordo de Minsk, que prevê um cessar-fogo no leste ucraniano.

"As sanções só poderão ser removidas se as condições que levaram à imposição das mesmas não mais existirem, e se os problemas forem resolvidos", declarou Merkel nesta segunda feira, durante entrevista coletiva ao final do encontro.

A chanceler afirmou que os líderes do G7 concordaram que as sanções impostas à Rússia pelo Ocidente devem continuar até que o acordo de cessar-fogo seja cumprido em sua totalidade. "Poderemos aumentar as sanções, se a situação assim exigir", afirmou Merkel.

Apesar de Putin insistir que "não há motivos para temer a Rússia", o recente acirramento do conflito na Ucrânia elevou os temores de um fracasso do frágil acordo de paz assinado há quatro meses.

G7 Gipfel Schloss Elmau Merkel Obama
Merkel e Obama defendem postura rígida contra a Rùssia, em relação à crise na UcrâniaFoto: Reuters/M. Kappeler

Mudanças climáticas

Merkel e o presidente francês, François Hollande, obtiveram um consenso com seus colegas sobre outro tema sensível na comunidade internacional: as mudanças climáticas.

Os líderes do G7 concordaram em apoiar o estabelecimento de uma meta para limitar o aquecimento global a 2ºC, além de fornecer ajuda no valor de 100 bilhões de dólares aos países em desenvolvimento para que possam lidar com as questões referentes ao tema.

O acordo foi uma vitória significativa para Merkel, que, juntamente com Hollande, pressionou os demais líderes do G7 a que apoiassem os esforços antes da Conferência do Clima de Paris, marcada para o fim de novembro. Na ocasião, um novo acordo para reduzir a emissão de gases do efeito estufa será discutido.

O objetivo de Merkel e Hollande é evitar a repetição do fiasco da conferência de 2009, quando a falta de acordo foi considerada um retrocesso, e enviar uma mensagem clara para que outras nações se comprometam a reduzir suas emissões e a frear o aquecimento global, que ameaça derreter as calotas polares, elevar o nível dos oceanos e agravar os fenômenos naturais extremos.

"Nos comprometemos a fazer nossa parte em atingir uma economia global de baixo carbono em longo prazo, incluindo o desenvolvimento e uso de tecnologias inovadoras. E vamos nos empenhar em uma reestruturação do setor energético até 2050", disseram os líderes em comunicado final conjunto.

"Estado Islâmico" e Boko Haram

Os chefes de Estado e governo de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido excluíram pela terceira vez consecutiva o presidente russo, Vladimir Putin, mas convidaram outros líderes de países fora do G7 a participar do encontro.

Um deles foi o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, que vai discutiu com os demais chefes de Estado a luta contra a organização terrorista "Estado Islâmico" (EI), que ocupa mais de um terço do território do país. Também esteve em debate o fluxo de jihadistas de várias partes do mundo que aderem ao EI e a ameaça que eles podem representar a seus países de origem.

Outro convidado da cúpula foi o recém-eleito presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, que busca apoio internacional para combater o grupo terrorista Boko Haram. Os extremistas realizaram 11 atentados – que deixaram 93 mortos – na primeira semana dele no poder.

RC/dpa/ap/afp