G7 faz advertências ao Irã e à Rússia
12 de dezembro de 2021O G7, grupo que reúne os principais países industrializados do mundo, emitiu neste domingo (12/12) duas advertências à Rússia e ao Irã, como forma de apresentar uma frente unida contra o que considera ameaças globais.
Reunidos em Liverpool, na Inglaterra, os ministros do Exterior da Alemanha, EUA, Japão, Itália, França, Canadá e Reino Unido disseram que o tempo está se esgotando para que Teerã concorde em conter suas ambições nucleares e em reativar o acordo de 2015. Já o recado dirigido a Moscou fez uma advertência sobre possíveis consequências no caso de a Rússia invadir a Ucrânia.
Recado aos iranianos
O Reino Unido, que detém a presidência rotativa do G7, disse que a retomada das negociações nucleares em Viena é a "última chance da República Islâmica do Irã de chegar à mesa de negociações com uma resolução séria".
"Ainda há tempo para o Irã chegar e concordar sobre esse acordo", disse a secretária do Exterior britânica, Liz Truss, enquanto as negociações do G7 eram encerradas.
"Esta é a última chance para que o Irã compareça à mesa de negociações com uma solução séria para este problema", disse a ministra, ressaltando que Teerã precisa oferecer "uma proposta séria".
"É vital que o façam" porque "não deixaremos que o Irã consiga uma arma nuclear", completou.
As negociações foram reiniciadas na quinta-feira para tentar reativar o acordo de 2015 entre o Irã e as potências mundiais, que ficou paralisado quando Washington se retirou do tratado em 2018, durante a presidência de Donald Trump.
O sucessor de Trump, Joe Biden, disse que está pronto para voltar ao acordo, e as autoridades iranianas afirmam que levam a sério o compromisso com as negociações. Mas as potências ocidentais suspeitam que Teerã esteja criando objeções para ganhar tempo.
G7 pronto para ampliar sanções à Rússia
Paralelamente, os ministros do G7 também discutiram planos para conter as ambições da Rússia em meio a temores de que Moscou possa estar se preparando para atacar a Ucrânia.
A inteligência dos EUA avalia que a Rússia possa estar planejando uma ofensiva em várias frentes contra a Ucrânia já no próximo ano, envolvendo até 175 mil soldados.
O Kremlin nega as acusações, mas exigiu garantias de que a Otan não se expanda mais para o leste ou posicionará suas armas perto do território russo.
Os ministros das Relações Exteriores do G7 também se posicionaram a favor da promessa de Biden de apoiar a Ucrânia.
"Estamos sendo claros que qualquer incursão da Rússia na Ucrânia terá consequências enormes, com um custo severo", disse Truss. Segundo a ministra britânica, a reunião de Liverpool mostrou "a voz uníssona dos países do G7, que representam 50% do PIB mundial, dizendo claramente que haverá enormes consequências para a Rússia em caso de incursão na Ucrânia".
"Estamos unidos em nossa condenação à intensificação militar e a retórica agressiva da Rússia com a Ucrânia", declaram os países do G7, reafirmando seu "compromisso inabalável com a soberania e a integridade territorial da Ucrânia".
Não houve um acordo claro, no entanto, sobre a aplicação de sanções sobre o gasoduto Nord Stream 2. O controverso gasoduto submarino, projetado para duplicar o transporte de gás russo diretamente para a Alemanha, ainda não recebeu licença de operação do governo alemão. A Polônia e os EUA vêm pedindo para que Alemanha adie qualquer aprovação como forma de pressionar a Rússia a não agir contra a Ucrânia.
jps/as (AFP, Reuters, DW)