Desfecho na Costa do Marfim
11 de abril de 2011A sangrenta luta pelo poder na Costa do Marfim culminou nesta segunda-feira (11/04) com a prisão do presidente cessante Laurent Gbagbo, que há quatro meses se recusava a deixar o governo. Tropas leais ao presidente eleito e reconhecido internacionalmente, Alassane Ouattara, capturaram o rival na cidade de Abidjan e o levaram, por questões de segurança, para o Hotel Golf, quartel-general do presidente de direito. A prisão foi confirmada pelo embaixador francês Jean-Marc Simon. Gbagbo está acompanhado da esposa, Simone, e do filho.
Antes, testemunhas afirmaram terem visto militantes pró-Ouattara entrar na área do complexo residencial de Gbagbo, cercado por veículos blindados franceses e das Nações Unidas, segundo reportou a agência de notícias France Press. Gbagbo estava escondido em um bunker na residência, atacada durante toda a madrugada por mísseis disparados de helicópteros das Nações Unidas e da França.
Segundo um porta-voz do governo francês, logo após a prisão, o presidente Nicolas Sarkozy conversou com Ouattara por telefone, mas o assunto da conversa não foi divulgado. Embora mantenha 1.650 soldados na Costa do Marfim, a França nega ter sido responsável pela prisão. No entanto, um porta-voz do líder marfinense afirmou que este "saiu de seu abrigo e se rendeu aos franceses sem qualquer resistência".
Longa resistência
Há quatro meses, a Costa do Marfim enfrenta uma grave crise política, a qual desencadeou em uma guerra civil entre grupos rivais, causando centenas de mortes. Em novembro passado, Ouattara vencera as eleições presidenciais no país, mas Gbagbo – no comando do país desde 2000 – vinha se negando desde então a deixar o cargo para o sucessor eleito.
As tropas lideradas por Ouattara ganharam o apoio da ONU e da França. No início de abril, os Estados Unidos e a União Europeia pressionaram Gbagbo a renunciar à presidência. O presidente norte-americano, Barack Obama, chegou a declarar que Gbagbo "deveria respeitar a vontade de seu povo e deixar de reivindicar a presidência".
MS/afp/dpa/rts
Revisão: Augusto Valente