Gigantes da internet divulgam pedidos feitos por serviços secretos
4 de fevereiro de 2014Seis gigantes da tecnologia divulgaram pela primeira vez, nesta segunda-feira (03/02), estatísticas sobre solicitações judiciais que receberam secretamente de autoridades dos Estados Unidos. A divulgação ocorreu no âmbito do escândalo de espionagem da NSA (sigla em inglês para Agência de Segurança Nacional).
Segundo as empresas, houve um aumento nos pedidos de informações de seus usuários por parte do governo americano, através da Agência de Segurança Nacional (NSA, sigla em inglês) e outras agências de inteligência. Google, Microsoft, Apple, Yahoo!, Facebook e Linkedin divulgaram que os dados solicitados vão desde o conteúdo em seus sites até informações mais precisas, como nome, idade e local de residência de seus assinantes.
Em junho do ano passado, os pesos pesados da tecnologia mundial pediram mais transparência do governo para proteger a própria imagem após as revelações sobre a compilação em massa de dados na internet para o programa de vigilância de dados da NSA, denunciada pouco antes pelo ex-consultor da agência Edward Snowden.
Na semana passada, o governo americano cedeu a parte dos pedidos das empresas, flexibilizando as regras que restringiam a divulgação das requisições judiciárias que as companhias recebem do governo no âmbito da Corte de Vigilância de Inteligência Estrangeira (Fisa, em inglês). As empresas podem divulgar informação aos clientes sobre o ritmo em que são obrigadas a proporcionar informação à NSA e outras agências.
Milhares de usuários afetados
A Microsoft declarou que, nos primeiros seis meses do ano passado, entre 15 mil e 15.999 contas de usuários foram afetadas por ordens judiciais da Fisa para que o conteúdo dessas contas fosse comunicado às autoridades. O número representa um aumento em relação às solicitações de 2011 – entre 11 mil e 11.999.
A Google afirmou que entre 9 mil e 9.999 de suas contas de usuários foram alvo de ordens judiciais (ante um número entre 7 mil e 7.999 em 2011). As ordens afetaram entre 5 mil e 5.999 contas do Facebook e entre 30 mil e 30.999 contas do Yahoo!. As empresas reiteraram que as diferentes contas dos mesmos usuários foram contadas individualmente.
Segundo o acerto com o governo, as empresas devem esperar pelo menos seis meses para comunicar os números e só podem divulgá-los em parcelas de mil.
RK/dw/afp/efe/ap