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Governador do estado mexicano de Guerrero pede afastamento do cargo

24 de outubro de 2014

Pressionado pelo escândalo do desaparecimento de 43 estudantes, político disse solicitar a licença para "favorecer um clima político" que leve à solução do caso.

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Ángel Aguirre, governador do estado de GuerreroFoto: picture-alliance/dpa

O governador do estado mexicano de Guerrero, Ángel Aguirre, pediu nesta quinta-feira (23/10) seu afastamento do cargo, pressionado pelo escândalo do desaparecimento de 43 jovens e respondendo a pressões políticas de ativistas que o consideram incapaz de lidar com a violência na região.

Aguirre disse que pedirá ao Congresso de Guerrero que aceite seu pedido de licença, uma forma de renúncia, já que no México funcionários que assumem cargos públicos por meio de eleição popular não podem renunciar. Aguirre teria menos de um ano para continuar na função, pois em meados de 2015 haverá eleições regionais no estado.

Em entrevista coletiva, ele disse ter decidido solicitar a licença para "favorecer um clima político" que dê atenção e leve à solução "destas prioridades".

Aguirre pertence ao Partido da Revolução Democrática (PRD), o mesmo partido do qual é membro o prefeito da cidade de Iguala, José Luis Abarca, que está foragido. Ele é procurado por ser apontado, junto com a esposa, como mentor dos ataques contra os estudantes, realizado em conluio com policiais e com a organização criminosa Guerreros Unidos.

Aguirre, de 58 anos, governa o Estado desde 2011. O PRD, partido esquerdista de oposição ao do Governo Federal, é criticado por não ter tomado medidas contra o prefeito de Iguala.

O governante Partido Revolucionário Institucional (PRI), assim como o também de oposição Partido da Ação Nacional (PAN) haviam pedido a renúncia de Aguirre. Nos últimos dias também houve fortes manifestações de estudantes, professores e organizações sociais revoltados com o desaparecimento dos jovens e pedindo a renúncia do governante local.

O sumiço ocorreu em 26 de setembro, quando estudantes da escola rural para professores de Ayotzinapa, no estado de Guerrero, que teriam sequestrado três ônibus para protestarem, foram atacados a balas por policiais da cidade vizinha de Iguala. Houve seis mortos, 25 feridos e vários detidos, cujo paradeiro é desconhecido.

O caso vem sacudindo o país e colocou em xeque a estratégia de segurança do governo para combater o crime organizado.

NM/rtr/dpa