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Governo de transição na Síria pode incluir membros do atual regime

1 de julho de 2012

As potências mundiais chegaram a um acordo em Genebra sobre o novo plano para um governo de transição na Síria. De acordo com o mediador da ONU e da Liga Árabe,Kofi Annan, o plano não exclui o presidente Bashar al-Assad.

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epa03289048 Kofi Annan (C), Joint Special Envoy of the United Nations and the Arab League for Syria, arrives for a meeting of the Action Group for Syria at the European headquarters of the United Nations in Geneva, Switzerland, 30 June 2012. The Action Group are meeting to map out ways to end the ongoing bloodshed in the unrest-hit Middle East nation. EPA/MARTIAL TREZZINI
Genf Syrien Konferenz Kofi AnnanFoto: picture-alliance/dpa

Ministros do Exterior e diplomatas de diversos países se reuniram em Genebra neste sábado (30/06) para negociar uma resolução para a crise na Síria. Segundo o acordo alcançado, um governo de transição deve ser formado por representantes do atual regime e da oposição, assim como de todos os grupos religiosos e de outros segmentos da sociedade. O processo deve levar a eleições livres e justas.

A reunião em Genebra foi convocada para salvar o moribundo plano de seis pontos de Kofi Annan, o qual previa um cessar-fogo no dia 12 de abril, o que não tem sido respeitado nem pelo governo nem pela oposição, apesar de Damasco ter aceitado o acordo. O novo plano, definido em Genebra pelos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas e representantes de países árabes, prevê que membros do regime sírio – incluindo o presidente Bashar al-Assad – podem participar do governo de transição.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse, contudo, que Assad deveria "ouvir em alto e bom som" que seus dias estão contados. Clinton comentou que começará a trabalhar em uma nova resolução das Nações Unidas para buscar "consequências reais e imediatas", incluindo sanções, caso o acordo de Genebra não seja cumprido.

'Riscos de grave severidade'

Durante a reunião, Annan havia conclamado as potências mundiais e regionais a deixarem de lado suas próprias agendas individuais e a trabalharem em conjunto para pôr fim à violência. "Da maneira como as coisas têm caminhado até agora, nós não estamos ajudando ninguém. Vamos interromper essa tendência e começar a ser de alguma utilidade", disse o ex-secretário-geral da ONU.

Caso contrário, disse ele, o conflito pode se tornar uma crise internacional de "grave severidade", e o país corre o risco de se transformar em um dos principais focos de terrorismo, o que pode desestabilizar a região. "Ninguém deveria ter dúvidas sobre o extremo perigo oferecido por este conflito, tanto para os sírios, como para a região e para o mundo."

Annan destacou, porém, que "o trabalho duro começa agora. Temos que unir forças para implementar o que foi decidido".

China e Rússia haviam se recusado a apoiar uma cláusula que chamaria Assad a renunciar para dar lugar a um governo de unidade.

Mais de 10 mil pessoas já foram mortas no conflito sírio desde o início da revolta contra Assad, há 16 meses. As últimas semanas estão entre as mais violentas.

FF/rtr/afp/dpa

Revisão: Marcio Pessôa