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Governo estuda proibição do Hisbolá na Alemanha

av4 de agosto de 2002

Duas organizações islâmicas encontram-se em observação na Alemanha: tanto o movimento palestino Hamas como o libanês Hisbolá estão envolvidos abertamente em campanhas contra Israel na Alemanha.

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Manifestação pró-Israel em Berlim: contraponto às atividades do HisboláFoto: AP

A organização libanesa Hisbolá planeja abrir um centro oficial em Berlim. Até agora, nem ela, nem a organização Hamas são notórias por atos de violência na Alemanha ou transgrediram a lei de qualquer outra forma. Entretanto, ambas têm promovido no país manifestações contra Israel e recolhem contribuições para fins – segundo consta – nem tanto humanitários.

Por isso, a tendência da política alemã é adotar a fórmula proposta pelo secretário do Interior da Baviera, Günther Beckstein: as duas organizações praticaram violência no exterior, não tendo portanto lugar em solo alemão. Cabe ainda esclarecer se, do ponto de vista jurídico, tal definição basta para conseguir uma proibição.

Unidos no ódio a Israel

O grupo xiita Hisbolá ("Partido de Deus") nasceu em 1982, com o fim de combater, com métodos de guerrilha, o exército israelense estacionado no sul do Líbano. Logo no ano seguinte, a organização alcançou lamentável notoriedade, ao matar centenas de pessoas numa série de atentados suicidas a embaixadas e quartéis-generais ocidentais no Líbano. Há muito, porém, as atividades do Hisbolá transcendem as fronteiras nacionais libanesas.

Entre os grupos radicais apoiados pelo Hisbolá, está o Hamas, movimento fundado 1987 em Gaza. Sob a liderança do xeque Ahmad Iassin e com base no conceito de fraternidade muçulmana, ele representa o mais importante grupo de oposição à paz com Israel.

Através de seu braço militar, o Hisbolá tanto tem participado diretamente de atentados contra os israelenses, como realizado em todo o mundo atividades de apoio a tais operações.

Uma rede extensa

Tal se aplica à presença do Hisbolá na Alemanha. Embora seus adeptos no país, junto com os do Hamas, pouco ultrapassem os mil, ambas as organizações encontram-se em contato com membros e simpatizantes de outros grupos extremistas islâmicos – do egípcio Gama'at al Islamiah ao argelino GIA – e sua colaboração com a organização turca Milli Görüs tem sido estreita. Trata-se de grupos que, pelo menos desde o 11 de setembro, estão sob rigorosa observação dos órgãos alemães de segurança interna, até em suas atividades puramente religiosas.

Até o momento, a opinião dos peritos é que estes e outros grupos islâmicos não representam perigo terrorista, apesar de um relatório do Departamento de Defesa à Constituição haver revelado que há 3100 extremistas de origem árabe agindo conspirativamente em toda a Alemanha.

Com 800 membros, o Hisbolá é o maior desses grupos, e a criação de um centro oficial em Berlim seria um forte elemento de reforço. O grupo até já iniciou negociações para o aluguel de um local apropriado para abrir sua sede. Embora bem menor em número, o Hamas tem presença considerável na Alemanha, devido às suas ligações indiretas com outras organizações.

A planejada repressão do extremismo muçulmano também promete ser problemática em nível europeu. Enquanto a Grã-Bretanha compartilha o ponto de vista do secretário bávaro quanto ao Hisbolá, outros países, sobretudo escandinavos, defendem o ponto de vista de tratar-se de um partido legal libanês, não pertencendo portanto à lista de – até agora – 66 organizações proibidas.