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Promessas vazias?

DW (av)25 de dezembro de 2008

Há pouco, líderes empresariais alemães garantiram à premiê evitar a eliminação postos de trabalho em larga escala, apesar da recessão. Agora Jürgen Thumann, da BDI, avisa que nem todas poderão cumprir a promessa.

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Poucas garantias para assalariadosFoto: AP

Apesar das garantias em contrário feitas ao governo, dificilmente as grandes empresas alemãs poderão evitar cortes de pessoal em 2009. A declaração foi feita nesta quinta-feira (25/12) pelo presidente da Federação da Indústria Alemã (BDI), Jürgen Thumann.

Nos últimos meses de 2008, a Alemanha vem lutando contra o fantasma de uma recessão anunciada. Durante um encontro com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, no início de dezembro, os representantes das principais corporações do país prometeram que tentariam evitar a eliminação postos de trabalho em larga escala.

Esta seria sua contribuição para o pacote conjuntural de Berlim, voltado ao estímulo e recuperação da economia do país, em face da crise global. "Isso cria confiança", comentou Thumann na ocasião.

Ao contrário de suas irmãs maiores, as pequenas e médias empresas alemãs reagiram com frieza ao apelo de Merkel, declarando-se céticas quanto ao valor de comprometimentos dessa ordem, em circunstâncias econômicas tão voláteis quanto as atuais.

Promessas vazias?

Jürgen Thumann, BDI-Präsident
Jürgen ThumannFoto: Geraldo Hoffmann

Agora, em entrevista à agência de notícias DPA, o presidente da BDI admitiu que nem todas as companhias estarão aptas a seguir o curso prometido, em decorrência dos recentes prognósticos de desaquecimento econômico. "Uma queda drástica do número de encomendas significa que muitas firmas serão forçadas a reduzir sua força de trabalho", antecipou.

O comentário de Thumann vem no momento em que o governo de Berlim começa a elaborar um novo pacote de apoio à conjuntura, calculado entre 25 e 30 bilhões de euros. Muitos economistas e think tanks estão temerosos quanto às perspectivas econômicas da Alemanha em 2009. O país já se encontra em recessão e certos especialistas prevêem que seu desempenho econômico será o pior do pós-guerra.

Esperando Obama

No início de novembro, Berlim já liberara um primeiro conjunto de medidas para minorar as conseqüências da recessão global, totalizando 31 bilhões de euros. O novo pacote, contudo, não será finalizado antes que o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, revele suas propostas para garantir o crescimento da maior economia do mundo, após assumir o cargo no início do próximo ano.

Está anunciado também para janeiro um novo encontro entre Merkel e os líderes empresariais alemães, a fim de discutir as ofertas destes últimos para a garantia de empregos.

Na entrevista à DPA, Thumann afirmou ser ainda muito cedo para prever os reais efeitos da crise global sobre a economia alemã. Entretanto, ressalvou, é importante que a comunidade internacional dê novo ímpeto às conversações de alto nível, atualmente estagnadas, no sentido de elaborar um novo acordo econômico mundial.