Greve na Lufthansa deve afetar mais de 400 mil passageiros na Alemanha
2 de abril de 2014Antes mesmo de ser iniciada, a greve de três dias dos pilotos da Lufthansa, marcada para esta quarta-feira (02/04), já resultou em transtornos. A empresa anunciou nesta terça-feira que cerca de 65 voos foram suspensos, para evitar que passageiros fiquem presos nos aeroportos, sem acesso às conexões marcadas para o dia do início da paralisação.
Cerca de 3.800 voos deverão ser cancelados, afetando mais de 425 mil passageiros da Lufthansa e de sua subsidiária, Germanwings. Apenas 500 voos, em geral de curta duração, deverão ser mantidos. As operações devem ser normalizadas logo após o término das paralisações. Ainda assim, cerca de 40 voos no sábado também foram cancelados.
A Fraport, empresa que administra o aeroporto de Frankfurt, criticou as consequências da disputa entre a empresa e seus funcionários, às vésperas do feriado de Páscoa. A administradora qualificou como "abusiva" a paralisação dos pilotos, e ainda alertou contra um "risco desnecessário e duradouro" à aviação comercial alemã.
Os cerca de 5.400 pilotos da empresa aérea lutam contra os cortes no chamado período de transição, um tipo de aposentadoria antecipada. Até então, os profissionais poderiam se aposentar aos 55 anos de idade, e a empresa pagaria, até a aposentadoria definitiva, 60% dos rendimentos.
A proposta da empresa era elevar a idade do encerramento das atividades profissionais para 60 anos. O sindicato dos aeronautas rejeitou a proposta. O porta-voz Jörg Handwerg justificou a duração de três dias da greve ao declarar que "um dia não seria suficiente".
"Lamento profundamente que o sindicato dos aeronautas não esteja preparado para chegar a um acordo nas negociações e para encontrar uma solução antes que uma disputa trabalhista se abrisse", afirmou Bettina Volkens, chefe de recursos humanos da Lufthansa.
Os bilhetes dos passageiros da Lufthansa e da Germanwings afetados pela greve poderão ser cancelados sem qualquer custo ou ainda trocados por passagens da estatal ferroviária Deutsche Bahn, que já comunicou que, se necessário, disponibilizará trens adicionais nas rotas mais movimentadas.
RC/afp/dpa