Final sem glamour
12 de agosto de 2009A grife de luxo Escada está à beira da falência. A empresa de Munique anunciou nesta quarta-feira (12/08) que apresentará um pedido de insolvência ainda esta semana. A Escada, que emprega mais de 2.200 funcionários, teve um prejuízo de 91,7 milhões de euros no primeiro semestre do ano fiscal de 2008/09 e está altamente endividada.
Passados 30 anos de sua criação, a famosa grife de moda alemã se despede da cena de marcas luxuosas como Louis Vuitton, Hermès e Prada. Na década de 1980, até mesmo a princesa Diana e estrelas de cinema como Kim Basinger e Demi Moore vestiram Escada, colaborando para a grife se tornar mundialmente famosa.
Ao contrário de várias outras empresas, a Escada não pode culpar a crise financeira pela quebra. A grife já vinha tendo dificuldade de encontrar clientes mesmo enquanto a economia estava em alta. O problema foi que suas coleções deixaram de agradar aos compradores. A marca sobrevivia principalmente graças ao brilho de sua época áurea.
Nem mesmo a contratação do ex-presidente da Hugo Boss Bruno Sälzer, incumbido de sanear e recuperar a Escada, surtiu efeito. Há algumas semanas ele apresentou a primeira coleção sob seu comando. Ela até agradou aos clientes em Nova York, Moscou e Milão, mas já era tarde demais para um recomeço.
A última tentativa de saneamento fracassou. A direção da Escada propôs que os detentores de obrigações da empresa abdicassem de 60% de seu investimento – o que equivaleria a mais de 100 milhões de euros – em favor do saneamento. O plano somente daria certo se ao menos 80% dos investidores aceitassem a oferta. Mas apenas 46% o fizeram.
O fim da Escada é especialmente difícil para o fundador da grife, o empresário Wolfgang Ley. Ele e sua esposa Margaretha criaram a marca em 1976, batizando-a com o nome de um cavalo de corrida. A primeira coleção com o nome Escada foi apresentada em 1979. Em 1986, a empresa abriu seu capital. Margaretha, que além de sócia era a designer-chefe, faleceu em 1992.
AS/dpa/rtr
Revisão: Simone Lopes