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Apoio a rebeldes

13 de abril de 2011

Reunidos no Catar, representantes de países e organizações que buscam saída diplomática para crise na Líbia exigem renúncia do ditador e reconhecem como "interlocutor legítimo" governo de Benghazi formado por rebeldes.

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Países reconhecem rebeldes com 'legítimos interlocutores'Foto: picture alliance / dpa

Devido ao prosseguimento dos combates na Líbia, representantes de mais de 15 países e de organizações internacionais participaram nesta quarta-feira (13/04) em Doha, da reunião do chamado Grupo de Contato sobre a Líbia, em busca de uma solução para a crise no país. O grupo foi formado há duas semanas na Conferência Internacional da Líbia em Londres.

Na capital do Catar, foi exigida uma solução política para a Líbia e a saída do ditador Muammar Kadafi. Os participantes da conferência decidiram ainda que irão avaliar se prestarão apoio financeiro aos rebeldes que lutam contra o regime de Kadafi.

Na declaração final do encontro, os membros do grupo disseram estar dispostos a apoiar a oposição "de forma material". Segundo o ministro do Exterior italiano, Franco Frattini, essa medida também poderia permitir o fornecimento de armas aos rebeldes.

Entre os presentes na reunião em Doha, estavam o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon e representantes dos insurgentes líbios no Conselho Nacional de Transição. Até agora, o Conselho só era reconhecido oficialmente por França, Itália e Catar. O documento final da reunião classificou "o governo de Benghazi como interlocutor legítimo".

Fim do jogo

Além de exigir um cessar-fogo imediato, o Grupo de Contato exige também um recuo das tropas de Kadafi de cidades como Misrata. No final da conferência, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse que a mensagem que ficou do encontro foi que "o jogo acabou" para o regime líbio.

O ministro britânico do Exterior, William Hague, apelou aos participantes do encontro para que aumentem a pressão sobre Kadafi através da aplicação de sanções e de uma melhor implementação da Resolução 1973 das Nações Unidas.

Através dela, o Conselho de Segurança da ONU abriu caminho para uma missão militar internacional no espaço aéreo líbio. Na ocasião, a Alemanha se absteve da votação. Membros da delegação alemã presente em Doha asseguraram que a Alemanha não deverá participar de um eventual fornecimento de armas à oposição da Líbia.

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Porta-avião nuclear francês apoia missão da Otan na LíbiaFoto: AP

Possível querela

Nesta quinta-feira, em Berlim, a situação na Líbia será tema de encontro dos ministros do Exterior dos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Na capital alemã, a França pretende insistir para que a Otan endureça suas ações na Líbia. "Nós temos que ser capazes de cumprir, juntos, nossa tarefa de proteger a população civil", disse uma autoridade francesa nesta quarta-feira em Bruxelas.

O representante francês reclama que somente seis dos 28 países da aliança militar estão participando dos ataques aéreos. Segundo ele, França e Reino Unido respondem por metade das ações. Na terça-feira, o ministro do Exterior francês, Alain Juppé, e seu colega britânico pediram um fortalecimento da missão da Otan na Líbia.

A exigência de uma ação maior da Otan na Líbia pode ser motivo de polêmica no encontro de dois dias em Berlim. No começo de abril, os Estados Unidos transferiram à Otan o comando dos ataques aéreos internacionais na Líbia, retirando da missão cerca de 50 jatos de combate. Em Berlim, por outro lado, o governo alemão pretende desviar as atenções em prol de uma solução política para o conflito.

Sofrimento da população

Nesta quarta-feira, aviões de combate da Otan bombardearam Syrte, cidade natal de Muammar Kadafi, e Misrata, a terceira cidade mais importante do país, noticiou a televisão estatal líbia. Misrata, controlada pelos rebeldes, é palco há mais de um mês de combates contínuos e de bombardeios quase diários da artilharia de Kadafi. Segundo fontes da ONU, o sofrimento da população na Líbia é cada vez maior, principalmente nas cidades disputadas por rebeldes e tropas de Kadafi .

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Ban Ki-moon (d) exigiu mais doações em DohaFoto: picture alliance / dpa

Ban Ki-moon informou em Doha que na cidade de Misrata o acesso a alimentação, água e cuidados estaria bastante limitado ou mesmo cortado. "Desde o começo dos conflitos, cerca de 490 mil pessoas deixaram o país e outras 330 mil estariam em fuga", disse o secretário-geral da ONU.

Ban Ki-moon reclamou da falta de doações para a Líbia. Somente 39% do apelo de ajuda da ONU teriam sido atendidos, disse. As Nações Unidas exigiram de seus 192 países-membros 214 milhões de dólares para a população necessitada na Líbia.

Nesta quarta-feira, a Comissão Europeia anunciou em Bruxelas que elevou em 10 milhões de euros, para 40 milhões de euros, o montante de sua ajuda humanitária para a população civil líbia. Segundo a comissária europeia de ajuda humanitária, Kristalina Georgieva, a UE pretende concentrar seu trabalho na evacuação de estrangeiros. Segundo a Comissão, até agora foram retirados da Líbia 5,8 mil europeus e cerca de 20 mil estrangeiros de outras nacionalidades.

CA/dpa/epd/lusa/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer