Grupo insurgente curdo reivindica ataque em Ancara
19 de fevereiro de 2016Um grupo guerrilheiro curdo reivindicou nesta sexta-feira (19/02) a autoria do ataque contra um comboio militar em Ancara, na Turquia, que deixou 28 pessoas mortas e dezenas de feridas na quarta-feira.
Em um comunicado, publicado em seu site na internet, o Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK) afirmou que o atentado foi uma retaliação às operações militares turcas contra rebeldes curdos no sudeste da Turquia. O grupo é uma cisão mais radical do proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
"Esse ato foi conduzido para vingar o massacre de civis indefesos e feridos", disse o grupo em referência às operações militares da Turquia contra militantes curdos na cidade de Cizre.
Um dia após o ataque, a Turquia responsabilizou um membro da milícia curda síria Partido da União Democrática (YPG) pela ação e afirmou que o grupo trabalhou em conjunto com insurgentes do PKK. O YPG negou qualquer envolvimento no atentado.
"A primeira coisa que eles fizeram após o ataque foi nos acusar. Eles estão inventado pretexto para invadir Rojava", afirmou um porta-voz do grupo. A região no norte e nordeste da Síria é conhecida como o Curdistão sírio. O YPG é apoiado pelos Estados Unidos e tem sido eficaz na luta contra os extremistas do "Estado Islâmico" (EI).
O atentado aconteceu na região central de Ancara, onde estão localizados o Parlamento e diversos prédios oficiais. Um carro-bomba foi jogado contra um comboio militar. A Turquia usou o ataque para justificar o bombardeio de campos de radicais curdos na fronteira com o norte do Iraque e na Síria.
Resposta turca
Nesta sexta-feira, os curdos afirmaram que os recentes ataques aéreos da Turquia mataram pelo menos dois civis. O grupo de monitoramento Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que o bombardeio foi o mais pesado já realizado, durou no mínimo sete horas e atingiu regiões na província de Aleppo.
Autoridades turcas anunciaram nesta sexta-feira a prisão de mais três suspeitos de envolvimento no atentado, aumentando para 17 o número de detidos. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reiterou ainda que não há dúvidas de que o YPG está por trás do ataque.
Esse foi o segundo grande atentado em Ancara no intervalo de poucos meses. Em outubro, dois homens-bomba ligados ao "Estado Islâmico" atingiram um comício de ativistas sindicais e pró-curdos do lado de fora da principal estação ferroviária da capital, matando mais de 100 pessoas.
CN/ap/dpa/efe