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Grécia insiste em indenização por crimes nazistas

11 de março de 2015

Atenas pede 160 bilhões de euros para cobrir danos estruturais causados pela ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial. Alemanha afirma que questão já foi resolvida.

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Foto: Reuters

O ministro da Justiça da Grécia, Nikos Paraskevopoulos, disse nesta quarta-feira (11/03) que estaria disposto a implementar uma decisão judicial de 2000, que autoriza a apreensão de propriedades alemãs no país. No veredicto da Justiça grega, a Alemanha foi condenada a pagar 28 milhões de euros pelo assassinato de 218 pessoas na cidade grega de Distomo, em 1944, pelos nazistas. As propriedades identificadas pelo Supremo Tribunal da Grécia, em 2000, eram o Instituto Goethe e o Instituto Alemão de Arqueologia, em Atenas.

A insistência dos gregos com as reparações coincide com o início das conversações sobre as reformas exigidas pelos credores da zona do euro, em Bruxelas.

Já no início desta semana, Atenas havia anunciado que pretende avançar com a demanda de buscar reparações financeiras da Alemanha por crimes cometidos durante a Segunda Guerra Mundial. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, acusou Berlim de se esquivar de um reembolso pelos danos decorrentes da ocupação nazista.

"A Alemanha nunca pagou devidamente pelos danos causados à Grécia pela ocupação nazista", disse Tsipras ao Parlamento grego, nesta terça-feira. "Os crimes cometidos pelos nazistas ainda estão vivos, e nós temos a obrigação moral de relembrar o que as forças [nazistas] fizeram para o país."

"Depois da reunificação da Alemanha em 1990, foram criadas as condições jurídicas e políticas para que este problema pudesse ser resolvido. Mas, desde então, os governos alemães escolheram o silêncio, truques legais e atrasos", disse Tsipras.

Berlim repetidamente afirmou que a questão das reparações de guerra foi legalmente concluída no tratado que unificou a Alemanha e que já cumpriu com todas as suas obrigações de guerra com um pagamento de 115 milhões de marcos alemães (cerca de 59 milhões de euros) à Grécia em 1960.

Tsipras, porém, alegou que o pagamento de 1960 cobre apenas a compensação para as vítimas individuais, e não os danos estruturais causados pela ocupação nazista na Grécia, de 1941 a 1944.

O acordo de 1990, afirmou Tsipras, não contempla um empréstimo forçado dado aos nazistas pelo Banco Central da Grécia nem "a destruição da infraestrutura e da economia grega na época".

Atenas demanda 160 bilhões de euros em compensação para cobrir o empréstimo e os prejuízos resultantes da ocupação – o valor soma dois terços do resgate de 240 bilhões de euros que a Grécia recebeu dos credores internacionais.

PV/dpa/ap/rtr/afp