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PolíticaVenezuela

Guaidó denuncia desaparecimento de opositores na Venezuela

28 de outubro de 2020

Venezuelano afirma que um jornalista e dois apoiadores sumiram desde que Leopoldo López deixou o país. Em Madri, oposicionista também condena os desaparecimentos e culpa a "ditadura" de Maduro.

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Autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó
Autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó foi reconhecido por dezenas de paísesFoto: Leo Alvarez/Prensa Presidencia Guaido

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, denunciou nesta terça-feira (27/10) o desaparecimento de um jornalista e mais dois aliados desde que o líder oposicionista Leopoldo López deixou o país, no último fim de semana.

"O jornalista Roland Carreño e Yeferson Sarcos e Elías Rodríguez estão desaparecidos há mais de 12 horas. A ditadura busca aniquilar a alternativa democrática, como indica o relatório da ONU. Eles não terão sucesso. Esses crimes não prescrevem", escreveu Guaidó no Twitter.

A Associação Nacional de Jornalistas (CNP), por sua vez, afirmou que Carreño está detido na sede do Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano (Sebin), em Caracas. Até o momento, nenhuma autoridade do governo venezuelano confirmou a prisão.

Alfredo Romero, diretor da ONG de direitos humanos Foro Penal, reiterou que os ativistas da oposição estão "desaparecidos desde segunda-feira" às 17h30 (hora local). A organização contabiliza 359 presos políticos no país até o momento.

Segundo a assessoria de imprensa de Guaidó, "vizinhos informaram que Carreño, junto com dois acompanhantes, foram abordados "por desconhecidos em veículos pretos sem identificação".

Os desaparecimentos ocorrem depois que López deixou a Venezuela após passar 18 meses refugiado na residência do embaixador espanhol em Caracas. O líder opositor desembarcou no domingo em Madri, capital da Espanha, mas detalhes sobre seu translado não foram divulgados.

López, ex-prefeito do município de Chacao, foi sentenciado em 2015 a quase 14 anos de prisão, acusado de incitação à violência em protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro. Os atos deixaram 43 mortos e cerca de 3 mil feridos entre fevereiro e maio de 2014.

Em 2017, ele foi para a prisão domiciliar. López procurou asilo na residência do embaixador espanhol em 30 de abril de 2019, após liderar, junto com Juan Guaidó – presidente da Assembleia Nacional da Venezuela –, uma tentativa de levante para derrubar Maduro. Mas a iniciativa fracassou ao não contar com a adesão dos militares, que permaneceram fiéis ao governo chavista.

Nesta terça-feira, López foi recebido pelo chefe de governo da Espanha, Pedro Sánchez, que, segundo o venezuelano, vê Maduro como um "ditador" e defende a realização de eleições livres e democráticas no país.

Em coletiva de imprensa após o encontro, a primeira desde que ele deixou a Venezuela, López mencionou o desaparecimento de aliados, afirmando que, "nas últimas horas, pessoas muito próximas" a ele "foram desaparecidas pela ditadura".

Ele também declarou que nunca quis deixar seu país, mas "as circunstâncias me levaram a isso", e frisou que sua intenção é "voltar para libertar a Venezuela".

EK/afp/ap/efe/rtr