Guido Westerwelle, o "marqueteiro do liberalismo moderno"
26 de julho de 2005Desde que Guido Westerwelle, nascido no Estado da Renânia do Norte-Vestfália, assumiu a presidência do Partido Liberal (FDP) no congresso nacional da legenda, em 2001, tiveram fim as sucessivas derrotas dos liberais nas urnas. O FDP voltou a ter representantes no Legislativo e Executivo de alguns Estados alemães e, desde 2004, também conta com representação no Parlamento Europeu.
Westerwelle é tido como o líder mais experiente de seu partido, embora tenha apenas 43 anos. Ele começou sua carreira política aos 19 anos, quando se filiou ao Partido Liberal. Três anos depois foi eleito presidente dos Jovens Liberais. É seu, aliás, o mérito de ter tornado esta ala do partido mais atuante e crítica.
Em 1994, o advogado autônomo foi eleito secretário-geral do FDP. Já nesta função ele se empenhou ao máximo para acabar com o estigma de que seu partido exercia a mera função de fiel da balança para os grandes partidos do país.
Westerwelle: crítica e otimismo
Como presidente do FDP na Alemanha, Westerwelle continua se empenhando para polir a imagem de um partido com ideais próprios e metas progressistas. Apesar disso, recebeu muitas críticas quando anunciou que seu partido tinha como meta conseguir 18% dos votos nas eleições de 2002. O resultado ficou muito aquém do esperado. O FDP logrou apenas 7,4% nas urnas.
O fato de Westerwelle ter ingressado na campanha eleitoral ao lado de Jürgen Möllemann, à época presidente estadual do partido na Renânia do Norte-Vestfália, também foi classificado como um erro grave. Muitos dos eleitores do FDP perderam a confiança na legenda devido às acusações de que durante a campanha Möllemann teria desviado dinheiro do partido para financiar panfletos de cunho anti-semita. Esse escândalo culminou com a morte de Möllemann em uma acidente de pará-quedas com suspeita de ato suicida.
Neste tipo de situação, Westerwelle consegue revelar seu caráter batalhador e otimista. "O velho clichê é falso e cada novo clichê também é falso. Nós fazemos uma boa política, temos objetivos sérios que defendemos com a necessária porção de otimismo", disse certa vez.
De olho no governo
Enquanto nas últimas eleições Westerwelle se recusou a garantir uma coalizão no caso de uma mudança no governo, a postura agora é bem diferente: o FDP quer chegar ao poder ao lado da União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU).
Desde 1998, o Partido Liberal está no banco da oposição. Este é um papel bastante desconfortável para os liberais, que durante décadas participaram do governo, seja através de coalizões com a dupla CDU/CSU ou mesmo com o Partido Social Democrata (SPD).
"Eu acredito que Angela Merkel será uma boa chanceler", afirmou Westerwelle, lembrando que a intenção é formar uma coligação em que ambas as partes tenham a determinação para colocar em prática os grandes projetos no país. O FDP promete simplificar e tornar o sistema tributário mais justo, apoiar as novas tecnologias e acabar com a burocracia na Alemanha.