Hackers russos atacaram 42 países desde início da guerra
23 de junho de 2022Desde o início da guerra na Ucrânia, hackers russos lançaram ataques cibernéticos contra 42 países que apoiam os ucranianos, como Estados Unidos, Polônia e as nações bálticas, revelou nesta quarta-feira (22/06) um relatório divulgado pela gigante de tecnologia Microsoft. Ao todo, 128 organizações foram atacadas.
De acordo com a empresa sediada no estado americano de Washington, os hackers tiveram como alvo principalmente computadores governamentais de países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Os Estados Unidos são o país mais afetado pelas tentativas de ataques cibernéticos.
A Microsoft não divulgou a lista completa dos 42 países afetados, mas indicou alguns, como os EUA, Polônia, Estônia, Letônia, Lituânia, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Suécia e Turquia.
Segundo o presidente da Microsoft, Brad Smith, as agências de inteligência russas aumentaram as tentativas de invasão de redes e atividades de espionagem contra países aliados da Ucrânia, desde o início da guerra, em 24 de fevereiro.
Ataques bem-sucedidos em quase um terço das tentativas
Metade das organizações visadas pelos hackers russos são agências governamentais. Os ataques também incluem think tanks, ONGs, empresas de serviços de tecnologias de informação, empresas de energia e outros fornecedores importantes de infraestrutura, destaca a Microsoft.
De todas as tentativas de ataque identificadas pela Microsoft desde o início da guerra, 29% foram bem-sucedidas, e em alguns casos os hackers obtiveram informações confidenciais das organizações visadas.
Segundo a empresa criadora do Windows, a estratégia russa no campo cibernético no âmbito da invasão da Ucrânia está sustentada em três pilares: ataques cibernéticos destrutivos contra países vizinhos, invasão de redes e espionagem fora do território ucraniano, e operações digitais para ganhar influência em todo o mundo.
O relatório também indicou que, no início da guerra, a Rússia realizou ataques cibernéticos contra a infraestrutura digital do governo da Ucrânia. Kiev conseguiu, porém, impedir esses ataques graças principalmente a medidas de precaução. Uma semana antes da invasão, a Ucrânia deixou de armazenar seus dados localmente em servidores nos prédios governamentais e optou por salvá-los na nuvem.
cn/lf (AP, DPA, Lusa, ots)