Hamas afirma que não fará concessões a Israel
9 de agosto de 2014O grupo islâmico radical palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, declarou neste sábado (09/08) que não fará concessões a Israel. O anúncio, feito em meio à retomada dos ataques aéreos das forças israelenses contra Gaza, aumentou a tensão entre a comunidade internacional, que vem trabalhando para que ambos os lados cheguem a um acordo.
"Não vai haver volta, a resistência continua", disse o porta-voz do Hamas Fawzy Barhum. "A intransigência do ocupador não levará a lugar algum, e nós não faremos concessões nas demandas do nosso povo."
O confronto entre israelenses e palestinos voltou a se acirrar depois que mediadores fracassaram em ampliar o cessar-fogo de 72 horas que expirou na sexta-feira. Em mais de um mês de conflito, quase 2 mil pessoas foram mortas – cerca de 1.900, em grande parte civis, do lado palestino, e 67 do lado israelense.
Neste sábado, aviões de guerra de Israel realizaram 30 ataques aéreos em Gaza, matando pelo menos cinco palestinos. Em resposta, militantes do Hamas dispararam seis mísseis em direção a Israel. Desde o fim do cessar-fogo, na sexta-feira, 44 foguetes foram disparados contra o território israelense. No mesmo período, Israel afirma ter realizado cerca de 100 ataques em Gaza.
Esforço internacional
Israel já afirmou que não negociará um novo acordo enquanto estiver sob ataque. O primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, ordenou que os militares retaliassem os ataques palestinos "com força" e culpou o Hamas pelo fim do cessar-fogo.
Mediadores egípcios se reuniram na noite de sexta-feira com a delegação palestina para discutir um novo acordo. O encontro com representantes israelenses está programado para a noite de sábado. O enviado especial dos EUA para a paz no Oriente Médio, Frank Lowenstein, também se encontra no Cairo. Segundo o governo americano, ele está auxiliando nos esforços para conseguir um "cessar-fogo permanente".
Tanto os EUA como a ONU pediram que os representantes dois lados voltassem à mesa de negociações. A Casa Branca afirmou estar "muito preocupada" com a violência na região. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também divulgou um comunicado, no qual pede que israelenses e palestinos "não recorram a mais ações militares que possam agravar a já terrível situação humanitária em Gaza".
RM/dpa/afp/rtr