Hamas captura soldado, e Israel suspende trégua
1 de agosto de 2014A esperança de uma trégua de três dias no conflito entre o Hamas e Israel durou apenas poucas horas. O governo israelense anunciou nesta sexta-feira (01/08) o fim do cessar-fogo, após declarar que um de seus soldados foi capturado pela organização radical palestina.
"As indicações iniciais sugerem que um soldado foi raptado por terroristas em um incidente no qual os terroristas violaram o cessar-fogo", afirmou Peter Lerner, porta-voz do Exército israelense.
O jovem de 23 anos foi capturado enquanto sua unidade estava trabalhando na destruição de um túnel usado pelo Hamas. O rapto ocorreu uma hora e meia após o início do cessar-fogo, informou o Exército. Embora ainda não tenha sido divulgada a identidade do soldado, sua família já foi informada do desaparecimento.
O Hamas, por sua vez, acusa Israel de violar a trégua. "Foi a ocupação israelense que violou o cessar-fogo. A resistência palestina agiu com base no direito da autodefesa para impedir o massacre do seu povo", declarou um porta-voz da organização.
O Hamas confirmou o rapto do soldado e enfatiza que ele foi capturando durante um confronto com Israel, uma hora após o início da trégua.
Mais mortes
Desde o fim da trégua, pelo menos 35 palestinos e dois soldados israelenses morreram e outros 200 ficaram feridos em bombardeios. Segundo Israel, pelo menos oito mísseis foram disparados da Faixa de Gaza contra seu território.
Washington criticou a captura e morte de soldados israelenses e responsabilizou o Hamas pelo fim da trégua humanitária. O secretário de Estado americano, John Kerry, pediu à organização palestina a liberação imediata do refém.
"A comunidade internacional deve agora redobrar os esforços para acabar com os túneis, os ataques do Hamas contra Israel e o sofrimento e perda de vidas civis", declarou Kerry.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também pediu que a libertação do soldado e condenou a violação do cessar-fogo pelo Hamas. O acordo de uma trégua humanitária de três dias foi anunciado na noite de quinta-feira por Ban e Kerry.
CN/rtr/dpa/lusa/afp