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Hannover, oásis verde no meio da Alemanha

Christoph Bickel18 de setembro de 2004

A capital da Baixa Saxônia não é apenas o centro econômico mas sim o centro cultural do Estado. Embora Hannover tenha apenas meio milhão de habitantes, não pode ser considerada uma cidade interiorana.

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Nova prefeitura da cidadeFoto: AP

Já nos velhos tempos, Hannover era um ponto de cruzamento de importantes rotas comercias – e ainda é. Cerca de 250 mil pessoas passam a cada dia pela estação ferroviária central da cidade, que tem apenas pouco mais de 500 mil habitantes. Hannover é conhecida por ser a sede da maior feira industrial do mundo e da CeBIT, a grande mostra internacional de tecnologia da informação e da comunicação. Com a exposição mundial Expo 2000, a capital do Estado se apresentou a um público internacional.

CeBIT Computermesse in Hannover Flaggen
A cidade da CeBITFoto: AP

Mas Hannover oferece muito mais aos seus visitantes. Tanto que a cidade pintou uma linha vermelha nas calçadas, para que os visitantes, na busca de atrações, não percam a orientação. Como um guia mudo, a linha acompanha os interessados por mais de quatro quilômetros, passando pelos principais pontos turísticos da cidade.

Uma história agitada

A antiga Praça do Mercado (Marktplatz), com a sua prefeitura velha (construída entre 1439 e 1455), está localizada no centro histórico (Altstadt). Nesta praça, que foi a base para a expansão da cidade, também se encontra a Igreja do Mercado (Marktkirche), uma das construções mais significativas do gótico em tijolo do Norte da Alemanha. O povoado Hannovere foi mencionado pela primeira vez em 1150, como colônia de comerciantes e recebeu em 1241 oficialmente os direitos de cidade.

Em 1714, o príncipe eleitor Georg Ludwig von Hannover foi coroado rei George I da Inglaterra. A união entre Inglaterra e o Principado de Hannover, que foi elevado a Reino em 1815, terminou em meados do século 19 com o morte do rei William IV da Inglaterra. Após a invasão prussiana em 1866, a cidade foi nomeada "capital da província da Prússia". Por causa da sua localização geográfica importante, o comércio da cidade se desenvolveu depressa e logo ela se tornou uma cidade grande.

A nova Hannover

Quase completamente destruída pelos bombardeios dos Aliados em outubro de 1943, a cidade ressurgiu praticamente das ruínas após a Segunda Guerra Mundial. Por causa do seu excelente planejamento de trânsito e sua rápida reconstrução pós-guerra, até hoje Hannover é considerada um exemplo. Ao redor do ponto de encontro Kröpcke-Uhr (relógio Kröpcke) localiza-se um dos maiores calçadões da Alemanha — com bares, restaurantes, arte e música na rua, cinema, cultura e teatro. O centro histórico também é um lugar que convida a um passeio entre casas bonitas e cuidadosamente restauradas, lojas e cafés.

Ausmarsch 473. Schützenfest in Hannover
A maior festa de atiradores no mundoFoto: dpa

No seu tempo livre, os moradores da capital gostam de se divertir: por exemplo na festa do Lago Maschsee (Maschseefest) ou na maior festa de atiradores no mundo (Schützenfest Hannover), que se realiza no mês de julho. Também a festa popular do centro histórico (Altstadtfest), maior do gênero na Europa, atrai muitos moradores e visitantes, oferecendo um programa diversificado com muita arte, teatro de rua, jazz e rock. Mesmo sem festa, o lago artificial de 78 hectares serve para nadar, remar e velejar.

A cidade dos jardins

Grotte in Herrenhäuser Gärten in Hannover
Jardim no Castelo de HerrenhausenFoto: Hannover

Muitas pessoas chamam Hannover de "cidade dos jardins", referindo-se aos jardins do Castelo de Herrenhausen, em estilo barroco. Entre os séculos 17 e 19, os príncipes eleitores e os reis da cidade mandaram construir vários jardins, como o Grosser Garten (Grande Jardim) e o Berggarten (Jardim de Plantas Alpinas). Vale a pena, também, conhecer a nova Tropenhaus (Estufa Tropical), que desde 1996 substitui a antiga Estufa das Palmeiras, destruída na Segunda Guerra Mundial. Seu objetivo não é apenas mostrar as belezas da Amazônia, mas sim contribuir para a proteção do meio ambiente através da sensibilização de crianças e adultos para esta temática.

Mais um símbolo da cidade são as Nanas, esculturas grandes em forma de mulheres coloridas e gordas, criadas pela artista francesa Niki de Saint Phalle. Vistas como provocação, causaram um verdadeiro escândalo na sua instalação em 1974.

O turista também não deve deixar ver a Casa Leibniz, na qual viveu o famoso filósofo, matemático e diplomata, barão Gottfried Wilhelm von Leibniz, no começo do século 18. Além disso, Hannover oferece uma grande quantidade de museus, entre os quais o famoso Museu de Arte Moderna Sprengel. Ele apresenta uma grande coleção de obras do expressionismo alemão, do cubismo francês, como também da arte abstrata do pós-guerra.