Hollande anuncia novo premiê após derrota histórica nas urnas
31 de março de 2014Após a derrota histórica dos socialistas nas eleições municipais do último fim de semana, o primeiro-ministro da França, Jean-Marc Ayrault, apresentou nesta segunda-feira (31/03) sua renúncia e de todo o seu governo ao presidente François Hollande. O novo premiê será o atual ministro do Interior, Manuel Valls.
Em discurso, Hollande prometeu mudanças drásticas no governo e anunciou uma ofensiva econômica baseada em três pontos: criação de emprego a partir do fomento ao setor empresarial e da transição da matriz energética; um pacto contra a desigualdade; e recuperação do poder aquisitivo dos franceses com a redução gradual dos impostos.
"Entendi a mensagem de vocês e ela é muito clara: é preciso fazer reformas", disse o presidente socialista, pressionado pela perda de mais de 150 prefeituras para a centro-direita. "Valls vai liderar um governo combativo." O novo governo, segundo ele, deve ser formado ainda esta semana.
Agora ex-primeiro-ministro, o também socialista Jean-Marc Ayrault disse que o resultado das eleições correspondia a uma responsabilidade coletiva, mas afirmou que assumiria sua parcela de culpa. No poder desde 2012, ele viu desde então sua popularidade despencar, assim como a de Hollande.
Segundo pesquisa recente publicada pela revista L'Express, sua aprovação entre os franceses está em apenas 25%. Já Valls, de 51 anos, é um dos políticos mais populares do país e conta com 53% de aprovação.
Valls, porém, conta com apoio entre as alas mais à direita do Partido Socialista, o que não agrada aos verdes, membros da coalizão de governo. A possibilidade de eles abandonarem o apoio a Hollande não está descartada.
As eleições municipais, que tiveram seu segundo turno no domingo, foram marcadas por uma abstenção recorde, superior a 38%. Elas foram o primeiro teste nacional para o PS, no poder desde 2012.
O grande vencedor foi a oposição conservadora, UMP (partido do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy). Seu líder, Jean-François Copé, anunciou que a legenda assumiu mais da metade de todas as cidades com mais de 9 mil habitantes. E falou de um "castigo" das urnas à política de Hollande.