Hungria inicia nova fase de cerco a migrantes
15 de setembro de 2015A Hungria anunciou nesta terça-feira (15/09), primeiro dia da nova lei anti-imigração, que pretende construir uma cerca na fronteira com a Romênia, similar à erguida na fronteira com a Sérvia, para evitar a entrada de migrantes ilegais no país.
"A medida é necessária, pois os traficantes de pessoas podem mudar suas rotas devido à cerca existente entre Hungria e Sérvia. Portanto, uma parte da pressão migratória pode se direcionar para a Romênia", anunciou o ministro húngaro do Exterior, Peter Szijjarto.
A entrada em vigor das novas leis para controlar o fluxo de migrantes nesta terça-feira permitiu a polícia deter pelo menos 174 refugiados. Os detidos tentavam cruzar a cerca de arame farpado construída na fronteira do país com a Sérvia.
"A polícia iniciou procedimentos criminais contra eles", afirmou Gyorgy Bakondi, conselheiro chefe do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban. A nova legislação prevê uma pena de até cinco anos de prisão para migrantes acusados de entrar ilegalmente no país.
A Hungria abriu dois postos oficiais de controle, nos quais os migrantes podem ter acesso legal ao país. O governo afirma que não irá mais tolerar que pessoas entrem no país sem passar por esses locais.
O porta-voz do governo Zoltan Kovacs destacou que o país não está fechando as portas aos refugiados. "Iremos fechar as fronteiras verdes, as fronteiras naturais, para deter as travessias ilegais. Isso significa que os meios oficiais e legais de entrar no país, e consequentemente na União Europeia, irão permanecer abertos", disse.
"Tudo o que pedimos é que os refugiados se submetam às leis internacionais e europeias e, como prevê o acordo de Schengen, que compareçam aos postos oficiais de fronteira", ressaltou Kovacs.
Passagem lotada
Centenas de imigrantes aguardam na Sérvia para entrar na Hungria e pedem a reabertura da fronteira. Muitos protestaram contra a medida. Alguns refugiados ameaçam fazer greve de fome enquanto tiveram o acesso à Europa barrado na região.
Kovacs explicou que o país vai bloquear a entrada de migrantes vindos da Sérvia – país considerado seguro por Budapeste – que não tenham pedido asilo no país vizinho. Os refugiados que estiverem nessas condições poderão ser expulsos dentro de um prazo de oito dias.
Nesta terça-feira, a União Europeia convocou os ministros do Interior para uma reunião emergencial no dia 22 de setembro que visa discutir a crise migratória. No último encontro, os representantes dos países do bloco não conseguiram chegar a um acordo sobre um sistema de cotas para realocar os refugiados na região.
CN/afp/rtr/ap