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Igrejas: o difícil caminho da união

lk8 de janeiro de 2003

Católicos e evangélicos luteranos da Alemanha vão realizar este ano um Congresso Ecumênico, pela primeira vez na história das duas igrejas.

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Porta de Brandemburgo será cenário de missa ecumênica na abertura do evento a 28 de maioFoto: ap

O Congresso da Igreja Luterana e o Comitê Central dos Católicos da Alemanha, promotores do Congresso Ecumênico, contam com mais de 100 mil visitantes no evento que vai se realizar de 28 de maio a 1º de junho em Berlim. Pela primeira vez, leigos das duas grandes igrejas vão promover conjuntamente o evento que cada uma realiza por si e alternadamente, a cada dois anos.

Divergência intransponível

Concebido pelos organizadores para ser um marco nos esforços dos cristãos por uma unidade, o evento esbarra em divergências, sendo uma delas ainda intransponível. O bispo luterano de Berlim-Brandemburgo, Wolfgang Huber, e o cardeal Georg Sterzinsky, de Berlim, deixaram claro, ao apresentar o programa na terça-feira (07), que não haverá nenhuma celebração conjunta da eucaristia. Esta não está prevista nem nas duas missas ecumênicas, que se realizarão respectivamente na abertura e no encerramento do evento. Os demais serviços religiosos, nos outros dias do congresso, serão celebrados separadamente.

Huber e Sterzinsky deixaram clara, dessa forma, a posição oficial das igrejas em relação ao anúncio de comunidades berlinenses alternativas de que realizarão ofícios religiosos com comunhão conjunta. O cardeal Sterszinsky ameaçou de suspensão sacerdotes católicos que participarem de uma tal celebração. Ambos alertam que um passo apressado neste sentido pode antes pôr em risco a aproximação entre os cristãos. A questão da comunhão conjunta precisa ser esclarecida pelos teólogos, antes de ser colocada em prática.

Papel das religiões no mundo de hoje

Em cerca de 100 fóruns de debates, mesas-redondas, palestras e oficinas, os participantes terão oportunidade de trocar idéias desde sobre o que significa ser cristão hoje, os pontos de união e de divergência entre as igrejas, até questões da globalização. Um peso especial será atribuído aos debates sobre o potencial de violência das religiões na atualidade, o terrorismo e os conflitos no Oriente Médio. Um representante do governo norte-americano foi convidado para um debate sobre o papel dos EUA no jogo pelo poder no mundo. Políticos e outras personalidades da vida pública na Alemanha já confirmaram sua participação.

Permanece a expectativa sobre qual será a repercussão do evento, considerando principalmente que Berlim é uma cidade em que há mais habitantes sem religião do que cristãos. Além disso, o evento religioso conta com um sério concorrente: a final da Copa Alemanha, agendada para a mesma época.