1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Posse de Obama

21 de janeiro de 2009

"Cheerleader da esperança", "sucessor de Roosevelt": imprensa europeia não poupou adjetivos para o novo presidente norte-americano, cuja posse foi acompanhada de forma positiva pelos principais jornais do continente.

https://p.dw.com/p/GdVS
Esperança continua após a posse, afirma imprensa europeiaFoto: AP

A posse de Barack Obama como o 44° presidente dos Estados Unidos da América foi acompanhada pela imprensa europeia, que em sua maioria reagiu positivamente, nesta quarta-feira (21/01), à subida ao poder de Obama como novo presidente norte-americano.

"Cheerleader da esperança" foi como o jornal Der Standard, de Viena, denominou o novo presidente norte-americano: "Que Obama não tenha um 'plano diretor' para combater a crise como explicou recentemente o economista Jeremy Rifkin (...) pode estar correto. Todavia, a pergunta é se ele precisa realmente de algum. Se for realmente verdade que a psicologia é uma das principais causas da crise, então, mesmo sem plano diretor, Obama pode ser o presidente certo para estes tempos difíceis. Ronald Reagan já dera uma injeção de otimismo aos abalados norte-americanos nos anos de 1980, e quem seria hoje mais indicado do que o experiente psicólogo das massas e cheerleader da esperança Barack Obama".

O diário francês Libération comentou: "Mesmo de forma incompleta e limitada, Obama pode mostrar através de atos e palavras que pessoas valem mais do que marcas. Que o mandatário eleito pelo povo pode voltar a tirar o poder dos representantes do dinheiro. Que a lógica da cooperação internacional é mais eficiente do que a lógica da confrontação. O novo presidente não poderá, inevitavelmente, preencher todas as expectativas que despertou. No entanto, ele poderá atingir muito mais do que os cínicos e os resignados preveem com seu eterno discurso calculista".

O jornal britânico The Guardian escreveu: "Obama assume o cargo em tempos de uma grande crise para a América. Enquanto o país ainda é a potência decisiva em muitos conflitos deste planeta, seu poder desaparece lentamente e nas mais diferentes formas. Justamente por isso, Obama é tão importante. Ele reconheceu – ao contrário de seu antecessor George W. Bush – que as velhas respostas não funcionarão mais por muito tempo. Teve início a tarefa de enfrentar as coisas de forma diferente. Hoje, como ontem, o mundo todo será testemunha e continuará a ter esperança".

Para o diário romano La Repubblica, a posse de Obama também foi um marco na história da mídia: "Não obstante os muitos outros marcos da posse do primeiro presidente negro da história americana, ela também representa um acontecimento revolucionário na história da mídia mundial. Graças à internet, que somente nos últimos anos tornou-se parte integrante da vida de milhões de pessoas em todo o planeta e também graças ao papel central e absoluto dos EUA – neste dia especial, a única superpotência de um mundo fortemente globalizado – aconteceu o seguinte: a eleição e a subida ao poder de Obama tornaram-se um acontecimento de proporção mundial, nunca antes visto em nenhuma eleição norte-americana".

O diário suíço Neue Zürcher Zeitung comentou: "Obama está ciente, naturalmente, que o atual espírito de fraternidade não irá durar para sempre. A experiência mostra que a lua-de-mel de um novo presidente dura, no máximo, alguns meses. Depois que os milhões de pessoas em frente do Capitólio tiverem ido embora, Obama ainda poderá manter o otimismo devido ao fato de que dentro do Capitólio, nas duas câmaras do Congresso, ele dispõe de maioria tão forte como nenhum outro presidente do último quarto de século. Isso lhe dá a chance de, rapidamente, tornar realidade seus planos de reformas.

Ao comentar a citação no discurso de posse de Obama "Neste dia, nos reunimos porque colocamos a esperança à frente do medo, a força da vontade à frente do conflito e da discórdia", o jornal alemão Süddeutsche Zeitung explicou: "A primeira citação histórica. Obama parafraseia o discurso inaugural de Franklin D. Roosevelt, que no auge da crise financeira, em 4 de março de 1933, encorajou os cidadãos americanos com uma das citações mais importantes da história do país: 'A única coisa que devemos temer é o próprio medo'. Com habilidade e poucas palavras, Obama se declara um sucessor de Roosevelt. Como seu antecessor que lhe serviu de exemplo, Obama não somente tira o medo dos seus conterrâneos, mas também lhes dá a esperança que prometeu durante sua campanha eleitoral". (ca)