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Terapia do câncer

4 de novembro de 2009

Inaugurado no sul da Alemanha acelerador de íons pesados para a radiação de tumores em cânceres complicados. Nova terapia permite maior precisão e causa menos efeitos colaterais.

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O novo aparelho traz esperança a pacientes com tumores cerebraisFoto: HIT

Foi inaugurado nesta segunda-feira (02/11) na cidade de Heidelberg, no estado alemão de Baden-Württemberg, o acelerador de íons pesados para ser usado na terapia contra o câncer. O equipamento faz parte do Centro de Terapia Iônica da Clínica Universitária de Heidelberg (Heilderberger Ionentherapie-Zentrum: HIT), o maior complexo deste tipo na Europa.

Do tamanho de um campo de futebol, o acelerador tem como finalidade combater tumores geralmente incuráveis, tais como tumores do cérebro, olhos, nervo óptico, cerebelo, pâncreas e intestino, através da radiação direta e precisa.

Os tumores são bombardeados com átomos eletricamente carregados. Ao contrário dos métodos convencionais, os íons podem ser dirigidos por meio de campos magnéticos ao local desejado com muito maior precisão.

Um programa especial permite traduzir as informações dos tomógrafos computadorizados a imagens tridimensionais do tumor, para determinar a dosagem exata de radiação, o que reduz os efeitos colaterais da terapia.

Krebs Therapie Zentrum Heidelberg Flash-Galerie
O raio laser auxilia no posicionamento exato do pacienteFoto: HIT

Mais eficiente do que métodos convencionais

O novo aparelho, que pode atender a cada ano até 1300 pacientes, traz esperança a pacientes com tumores cerebrais – que levam à morte em dois a três anos –, tumores de difícil acesso ou câncer em crianças. O feixe de radiação pode ser direcionado com mais precisão do que os raios convencionais usados contra carcinomas.

Na cidade de Darmstadt foi criado um protótipo deste equipamento, que foi usado em um projeto piloto para o tratamento de 440 pacientes com formas raras de câncer no cérebro e no pâncreas. Com ele se obteve o dobro do êxito do que os tratamentos tradicionais com raios-X. De acordo com Marc Münter, responsável pelo projeto de Darmstadt, conseguiu-se aumentar a expectativa de vida de 80% dos pacientes tratados em cinco anos.

O acelerador de íons pesados de Heidelberg poderia aumentar a expectativa de vida em 80%, de acordo com Jürgen Debus, diretor médico do HIT.

A radiação de íons pesados pode ser dirigida mais com maior precisão do que os raios X. Por meio de vários estudos, tenta-se verificar que tipo de íons são mais efetivos: se de carbono, de oxigênio ou de hélio.

Operação nas 24 horas do dia

O governo alemão e a Universidade de Heidelberg dividiram os custos do equipamento, de 119 milhões de euros, enquanto as seguradoras de saúde, em acordo, pagarão os 20 mil euros que custa cada sessão. A terapia pode ajudar pacientes que não obtiveram êxito com terapias convencionais. Em nível federal, seu número chega a 10 mil pessoas, segundo o centro.

O equipamento de 670 toneladas tem um tubo de 13 metros de diâmetro, onde prótons e íons pesados são acelerados até 75% da velocidade da luz. O dispositivo, que tem uma potência de 3 megawatts, estará em funcionamento 24 horas por dia para que se mantenha limpo, pois a poeira pode prejudicar seu funcionamento.

Segundo Jürgen Debus, diretor médico do departamento de radiologia da clínica, seu consumo de energia equivale ao de uma cidade de 10 mil habitantes. De acordo com o professor de física Thomas Haberer, que comandou a equipe responsável pelo projeto, a máquina pode ser comparada, na sua complexidade, com um Airbus A380. Entretanto, nos 20 minutos de preparativos e cerca de cinco minutos de terapia, os pacientes nem percebem o tamanho do equipamento.

lnm/dpa/afp

Revisão: Roselaine Wandscheer