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Incêndio foi criminoso, diz chefe dos bombeiros de Portugal

21 de junho de 2017

Jaime Marta Soares contesta versão da polícia e afirma que fogo começou cerca de duas horas antes de trovoada. Ele questiona rapidez com que autoridades divulgaram suposta causa do fogo e pede investigação.

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Incêndio florestal em Portugal
Incêndio na região central de Portugal deixou 64 mortosFoto: Getty Images/AFP/P. de Melo Moreira

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, afirmou nesta quarta-feira (21/06) que o incêndio que atingiu o município de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e deixou 64 mortos e mais de 200 feridos teve origem criminosa.

"O incêndio já ocorria há cerca de duas horas quando houve o problema com raios, que provocaram um conjunto de ignições acrescentadas àquele incêndio que já era de uma violência extraordinária", afirmou Soares, citado pela imprensa portuguesa.

Drone mostra destruição em área de incêndio em Portugal

A versão de Soares é diferente da apresentada pela Polícia Judiciária (PJ). Segundo o órgão, o fogo teria começado após uma trovoada seca e se espalhado pela floresta, devido à baixa umidade e à vegetação seca. Portugal enfrenta uma onda de calor, com temperaturas que chegaram a ultrapassar os 40 ºC.

Para o presidente da Liga dos Bombeiros, o primeiro foco de incêndio começou cerca de duas horas antes da trovada. "Eu tenho para mim que o incêndio teve origem em mão criminosa", acrescentou.

Soares questionou ainda a rapidez com que foi anunciada a causa do incêndio pela PJ, já no dia seguinte à tragédia, e pediu que o caso seja devidamente investigado. De acordo com o jornal português Público, a Polícia Judicial irá ouvir o presidente da Liga dos Bombeiros sobre os indícios que geraram as acusações.

Autoridades portuguesas anunciaram nesta quarta-feira que conseguiram controlar 95% do incêndio, que começou no último sábado. Mais de mil bombeiros trabalham para conter as chamas na região.

CN/efe/ots