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Informante do Wikileaks é inocentado de traição, mas pode pegar 130 anos

30 de julho de 2013

Soldado Bradley Manning escapou da acusação de ajudar o inimigo, a mais grave e que poderia lhe render prisão perpétua. Culpado em outras 19, no entanto, ele pode passar o resto da vida na cadeia.

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Foto: Reuters

O soldado Bradley Manning foi considerado culpado nesta terça-feira (30/07) em 19 das 21 acusações a que respondia por ter vazado informações do Exército dos Estados Unidos ao Wikileaks. Manning, no entanto, livrou-se da pior delas: a de "ajudar o inimigo", que poderia resultar em prisão perpétua.

O veredicto foi determinado pela juíza Denise Lind, de uma corte militar de Fort Meade, em Maryland. A pena deve ser lida nesta quarta-feira. Caso Manning receba pena máxima por todos os crimes em que foi considerado culpado, poderá ter que cumprir mais de 130 anos de regime fechado.

Desde o início do julgamento, em junho, Manning admitiu ser culpado em dez das acusações impostas contra ele. Entre os crimes confessados por ele estão o de espionagem e de fraude de computadores. O militar, porém, sempre negou ter a intenção de ajudar inimigo com seu ato.

O governo dos EUA vinha pedindo a pena máxima pelo que considerou uma séria violação à segurança nacional. A promotoria defendeu que Manning "só pensou em si mesmo" ao colocar a segurança americana em risco. Já a defesa alegou que o soldado agiu sob o idealismo de salvar vidas, levando a público os bastidores da guerra e suas atrocidades.

Entre novembro de 2009 e maio de 2010, durante a Guerra do Iraque, o então analista da inteligência baixou mais de 700 mil documentos secretos guardados nos computadores militares e os repassou para o site Wikileaks.

Entre os documentos vazados estava a gravação do ataque de dois helicópteros de guerra dos EUA sobre um grupo de iraquianos em Bagdá, no qual 12 homens foram mortos e duas crianças ficaram feridas. Outros documentos revelam que 150 presos ficaram detidos na prisão americana de Guantánamo sem motivo.

Bradley Manning Prozess Demonstration Fort Meade
Manifestantes protestam na frente do tribunal em favor de ManningFoto: DW/C. Bergmann

Pelo menos 30 pessoas fizeram uma manifestação de apoio a Manning do lado de fora do tribunal. Para muitos ativistas, o vazamento das informações permitiu que se colocasse uma luz sobre as obscuras operações militares americanas no exterior.

Para os administradores do WikiLeaks, o julgamento de Manning mostra o "perigoso e o extremismo da segurança nacional" do governo Barack Obama, como escreveu a organização em sua conta no Twitter. O WikiLeaks é um dos maiores críticos do processo contra Manning. Para Julian Assange, fundador do site, seu crime foi revelar a verdade.

MSB/afp/rtr/ap