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Interbrew lidera mercado cervejeiro após fusão com a AmBev

(ns)3 de março de 2004

Depois de comprar cervejarias e marcas na Alemanha, o grupo belga Interbrew estende seus braços para o Brasil e as Américas. A fusão com a AmBev foi anunciada em Bruxelas.

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Beck's, de Bremen, uma das compras da Interbrew na AlemanhaFoto: AP

A concentração no mercado mundial da cerveja deu mais um passo nesta quarta-feira (03), com o anúncio da fusão da Interbrew com a AmBev. A multinacional belga da cerveja, que já levou importantes marcas alemãs, agora quer ascender a número 1 do ranking mundial, destronando o grupo americano Anheuser-Busch.

A nova InterbrewAmbev terá três marcas globais: Stella Artois, Beck's e a Brahma brasileira. Sua sede será em Lovaina, na Bélgica. Estima-se que ela terá uma fatia de 14% do mercado mundial e um faturamento aproximado de 9,5 bilhões de euros (US$ 11,5 bilhões). As ações das companhias continuarão a ser listadas separadamente nas bolsas nos EUA e na Bovespa.

A complicada transação

A complexa transação será realizada através de troca de ações, conforme expôs o presidente da Interbrew, John Brock. A Interbrew emitirá 141,7 milhões de novas ações e pagará 9,2 bilhões de euros por uma participação de 57% na AmBev. Os acionistas controladores da AmBev deterão 25% da nova empresa.

A AmBev repassará ao grupo belga mais de 20 bilhões de ações e assumirá dívidas da Interbrew no valor de 1,5 bilhões de dólares. A maior companhia de bebidas da América Latina assume ainda a Labatt, subsidiária canadense da Interbrew e duas participações da Interbrew: uma de 70% na Labatt EUA e outra de 30% na mexicana Femsa Cerveza SA.

As perspectivas da fusão

Skol Bierdosen - Fusionsgespräche mit Interbrew
Marcos Vinicius cuida para que não falte Skol em supermercado no RioFoto: AP

"A combinação conserva o melhor de ambas as empresas, ao mesmo tempo em que melhora a lucratividade e nossas perspectivas", avaliou Brock. A transação representa a oportunidade de entrar em mercados importantes, de rápido crescimento.

O presidente da Interbrew conta com uma redução de custos de 280 milhões de euros por ano. A partir de 2006, a fusão também deverá se refletir em aumento dos lucros.

A Interbrew anunciou ainda uma diminuição do dividendo em 2003 para 1,45 euro ( 1,51 euro, em 2002). O motivo foram os efeitos da cotação forte do euro frente ao dólar. O mercado financeiro não reagiu positivamente à notícia da fusão. A ação da Interbrew caiu cerca de 6%. Os analistas temem que o preço pago pela cervejaria brasileira seja demasiado alto. E dizem que lhes faltam dados para avaliar melhor a situação.

Logo Interbrew

O grupo Interbrew produz 200 marcas em 21 países e conta com cerca de 50 mil funcionários. Com um faturamento em torno de 7 bilhões de euros, a cervejaria belga teve um lucro de 839 milhões de euros em 2003, antes do pagamento de impostos e amortizações. Até a fusão, a Interbrew ocupava o terceiro lugar no ranking mundial das cervejarias, a AmBev, o quinto.

As marcas alemãs da Interbrew

Na Alemanha, onde a número 1 é a cervejaria alemã Krombacher, a Interbrew comprou marcas importantes, entre elas Diebels (2001), Beck's (2002), Gilde (2003) e as bávaras Spaten, Franziskaner e Löwenbräu. Com isso, conquistou o segundo lugar no mercado alemão em vendas e exportação.

A sua fatia, no entanto, é de somente 25%, segundo a Associação Alemã de Produtores de Cerveja. Fusões, compra e venda de cervejarias estão na ordem do dia há alguns anos. Segundo a entidade, em 2003 havia 1268 cervejarias na Alemanha, isto é, 19 a menos do que em 2002.