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Irã anuncia novas violações de acordo nuclear

5 de novembro de 2019

Rohani diz que seu país retomará enriquecimento de urânio em central, na quarta fase de violação do pacto nuclear internacional de 2015. Ele afirma que medida pode ser revertida se signatários cumprirem compromissos.

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Presidente iraniano, Hassan Rohani
Presidente iraniano, Hassan Rohani: "Não podemos aceitar que cumpramos unilateralmente todos os requisitos e eles não"Foto: Irna

O presidente do Irã, Hassan Rohani, anunciou nesta terça-feira (05/11) que o país começará a quarta etapa da redução de compromissos assumidos no acordo nuclear internacional de 2015, ao retomar o enriquecimento de urânio na central de Fordo com a injeção de gás em 1.044 centrífugas.

"Em Fordo, temos 1.044 centrífugas e com o acordo nuclear tínhamos concordado que essas centrífugas seguiriam funcionando, mas sem a injeção de gás. Mas vamos dar esse passo a partir de amanhã", disse Rohani, em discurso transmitido na televisão estatal, ponderando que essa decisão é "reversível".

O presidente afirmou que vai dar a ordem à Agência de Energia Atômica do Irã (AEAI) para que, a partir desta quarta-feira, comece a injetar gás nas centrífugas de Fordo. A medida representa mais uma violação do pacto nuclear assinado com Estados Unidos, Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia, além da União Europeia (UE), 

Apesar disso, Rohani disse que o Irã continuará negociando com os cinco signatários que permanecem no acordo (os EUA abandonaram o pacto no ano passado) e que toda a sua atividade "estará sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)".

Atividades de enriquecimento de urânio na central de Fordo, localizada cerca de 180 quilômetros ao sul de Teerã, estavam suspensas desde a entrada em vigor do acordo nuclear. Rohani anunciou que está disposto a suspender as injeções de gás assim que os parceiros do pacto mantiverem os compromissos assumidos.

Este é o quarto passo realizado por Teerã desde maio em seu plano para reduzir os compromissos nucleares, na sequência dos adotados em maio, julho e setembro. O anúncio de Rohani acontece no dia seguinte à inauguração de uma rede de 30 centrífugas IR-6 avançadas na central de Natanz.

As medidas são uma resposta à saída unilateral dos Estados Unidos do acordo nuclear firmado Viena, anunciada em maio de 2018. Em seguida, os EUA voltaram a impor sanções econômicas contra Teerã, que tinham sido suspensas após o pacto, visando obrigar o regime iraniano a aceitar um acordo mais rígido.

Teerã exige que os demais signatários do pacto nuclear salvem o acordo e ignorem as sanções dos EUA. "Não podemos aceitar que cumpramos unilateralmente todos os requisitos e eles não", disse o presidente Rohani.

Um ano após a retirada dos EUA do acordo, em maio, o Irã também começou a se retirar gradualmente das disposições do pacto. Entre outros motivos, como forma de pressionar os integrantes do acordo restantes.

O acordo nuclear permite ao Irã usar a energia nuclear pacificamente, mas não permite o desenvolvimento de armas nucleares. Atualmente, o Irã está enriquecendo urânio em até 4,5%, excedendo o limite de 3,67% definido no tratado. O limite permite apenas o uso pacífico da energia nuclear, sendo baixo demais para o desenvolvimento de armas nucleares. Antes do acordo, o Irã enriquecia o urânio a 20%.

Agora, o Irã produz cinco quilos de urânio por dia, em vez dos 450 gramas anteriores, de acordo com Ali Akbar Salehi, chefe da AEAI. Segundo ele, o Irã possui mais de 500 quilos de urânio de baixo enriquecimento, 200 quilos a mais do que o permitido pelo acordo nuclear.

MD/ap/dpa/rtr

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