Irã acusa sauditas de atacar embaixada no Iêmen
7 de janeiro de 2016O Irã acusou, nesta quinta-feira (07/01), a Arábia Saudita de atacar propositalmente sua embaixada na capital do Iêmen, agravando ainda mais as tensões entre os dois países.
"A Arábia Saudita é responsável pelos danos causados ao edifício da embaixada e pelos ferimentos em alguns dos funcionários", afirmou o porta-voz do Ministério iraniano do Exterior, Hossein Jaber Ansari, citado pela emissora estatal de televisão Irib. "A ação deliberada dos sauditas é uma violação de todas as leis internacionais de proteção às missões diplomáticas", disse.
Testemunhas na capital iemenita, Sanaa, dizem não haver danos visíveis na embaixada, ainda que destroços e estilhaços resultantes de um ataque aéreo numa praça a 700 metros do local pudessem ser vistos nas proximidades do edifício.
A coalizão liderada pelos sauditas que realiza ataques por ar e terra no Iêmen contra os rebeldes houthis disse que irá investigar o caso. O general Ahmed Asseri, porta-voz da coalizão, disse que bombardeios com artilharia pesada foram realizados na noite de quarta-feira contra lançadores de mísseis utilizados pelos insurgentes para ataques a alvos sauditas.
Asseri afirmou que a coalizão havia pedido as coordenadas das embaixadas aos países com representação diplomática em Sanaa e que informações provenientes dos rebeldes houthsi não têm credibilidade.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch acusou nesta quinta-feira a Arábia Saudita de utilizar indiscriminadamente bombas de fragmentação americanas nos bombardeios da noite de quarta-feira, em violação às leis internacionais. Não foi imediatamente esclarecido se haveria alguma conexão entre o uso desses armamentos e o suposto ataque à embaixada iraniana.
A rivalidade entre Teerã e Riad se agravou recentemente, após os sauditas executarem o clérigo xiita Nimr Baqir al-Nimr, no último fim de semana. Protestos no Irã resultaram em ataques e saques a missões diplomáticas sauditas, o que levou a Arábia Saudita a romper as relações diplomáticas e comerciais com o Irã. Outros países da região seguiram Riad e também cortaram ou reduziram os laços com o regime iraniano.
RC/afp/rtr/ap