Irã continua cumprindo acordo nuclear, diz AIEA
24 de maio de 2018A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou nesta quinta-feira (24/05) que o Irã continua cumprindo os termos do acordo nuclear mesmo depois da saída dos Estados Unidos. No primeiro relatório após o anúncio dos EUA, a agência da ONU defendeu o pacto.
De acordo com a AIEA, o Irã tem mantido os limites permitidos para o enriquecimento de urânio e para o estoque deste elemento químico e de outras substâncias. Quando enriquecido em baixos níveis, o urânio é usado para aplicações pacíficas, como a geração de energia – o objetivo declarado de Teerã para manter essa operação.
A AIEA pediu uma cooperação mais proativa do país, além das obrigações legais, para aumentar a confiança internacional no comprometimento de Teerã. No relatório, a agência defendeu em diversos momentos o acordo, que criou "o regime de verificação mais robusto do mundo”.
O relatório foi enviado aos membros da AIEA num momento em que os países europeus, a Rússia e a China tentam salvar o acordo, que estabeleceu a restrição do programa nuclear do Irã em troca do alívio de sanções econômicas.
O pacto, assinado em 2015 pelo grupo P5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha), está ameaçado com a recente decisão dos EUA de deixá-lo e sancionar Teerã, algo que pode impactar empresas europeias que fazem negócios no país.
Teerã se mostrou disposto a renegociar o acordo, mas deixou claro que, se sua economia for impactada com a volta das sanções americanas, pretende também abandonar o pacto. Na quarta-feira, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, apresentou uma série de condições para permanecer no pacto.
Entre as demandas do governo iraniano à Europa estão confrontar qualquer sanção internacional contra Teerã e a garantia de que os países europeus não tentem negociar o programa de mísseis balísticos iraniano, bem como interferir em assuntos regionais do país.
Trump deixou o pacto no início de maio, alegando que ele não impede o desenvolvimento de uma bomba nuclear. Outro ponto de críticas é a não exigência do fim das pesquisas relacionadas a mísseis balísticos. A Casa Branca argumenta que o programa iraniano de mísseis constitui uma ameaça para seus aliados árabes do Golfo e Israel.
CN/rtr/afp
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