Islamistas admitem derrota em eleição parlamentar na Tunísia
28 de outubro de 2014Antes mesmo da divulgação de qualquer resultado oficial das eleições legislativas na Tunísia, nesta segunda-feira (27/10) os islamistas moderados do partido Ennahda admitiram sua derrota.
Falando a uma rádio da capital Túnis, o porta-voz do partido, Ziad al-Adhari, congratulou a aliança secular Nidaa Tounes (Chamada da Tunísia), afirmando que o Ennahda respeitará o resultado das urnas.
A ONG tunisiana Mourakiboun, observadora das eleições, estima que o Nidaa Tounes terá 37,1% dos votos, contra 27,9% do grupo islamista, na votação que transcorreu pacífica. Com base em pesquisas de boca de urna, a mídia nacional projetou resultados semelhantes.
Outro candidato forte no pleito realizado neste domingo era Slim Riahi, da União Patriótica Livre. O liberal de 42 anos é presidente do popular clube de futebol Club Africain, de Túnis, e candidato das eleições presidenciais de 23 de novembro.
Ainda não há prognósticos de quando serão divulgados os resultados oficiais pela comissão eleitoral: uma coletiva de imprensa anunciada para a manhã desta segunda-feira foi adiada várias vezes.
Com grande margem de vantagem, os radicais islâmicos do Ennahda haviam saído vencedores em 2011, nas primeiras eleições livres desde a deposição de então presidente Zine el-Abidine Ben Ali, na chamada Revolução dos Jasmins, que deu a partida para a "Primavera Árabe".
Quando o novo Parlamento assumir suas funções, o atual governo interino poderá ser substituído por uma liderança política eleita.
O pleito presidencial de novembro concluirá o processo de democratização na Tunísia lançado pela Revolução dos Jasmins. Até fevereiro de 2015, o mais tardar, o novo gabinete, cujo período de legislatura é de cinco anos, deverá estar apto a atuar.
AV/afp/dpa/rtr