Israel aceita cessar-fogo temporário
16 de julho de 2014Após nove dias de bombardeios aéreos, que já deixaram mais de 200 mortos na Faixa de Gaza, Israel aceitou nesta quarta-feira (16/07) um pedido da ONU para que os ataques sejam interrompidos temporariamente de modo a permitir a entrada de ajuda humanitária em território palestino. O cessar-fogo unilateral está previsto para durar entre as 10h e 15h (horário local) desta quinta-feira.
A trégua é estabelecida após o Hamas, o movimento radical islâmico no poder em Gaza, rejeitar a proposta egípcia de paz. E chega no momento em que parece cada vez mais iminente um ofensiva terrestre, como sugeriu um alto militar israelense em entrevista ao New York Times.
Desde que a operação foi iniciada, Israel já lançou mais de 1.800 bombardeios aéreos em Gaza, deixando 214 palestinos mortos e ferindo mais de 1.100. Duas das bombas lançadas atingiram, nesta quarta-feira, uma cabana numa praia e mataram quatro crianças.
Em comunicado, o Exército de Israel diz que investigações preliminares apontam que o alvo dos disparos que mataram as crianças era um líder do Hamas. A nota, enviada por SMS, acusa militantes do movimento palestino de se misturarem entre a população civil.
"O Exército não tem intenção alguma de causar danos aos civis envolvidos pelo Hamas no combate urbano", diz a mensagem.
A morte das crianças teria sido o motivo, segundo a imprensa israelense, para a solicitação da ONU por um cessar-fogo humanitário. Além disso, os hospitais do território palestino, segundo ONGs, estão enfrentando falta de medicamentos e equipamentos.
Já o Hamas lançou mais de 1.200 foguetes e morteiros contra Israel. Deles, quase 40 atingiram territórios habitados, deixaram um israelense morto e forçaram milhões a irem para abrigos de guerra. Mais de 230 disparos foram interceptados pelo sistema de defesa aérea de Israel.
Em ofensivas militares israelenses anteriores em Gaza, também foram declarados períodos similares de trégua por razões humanitárias. Embora às vezes as provisões destinadas aos hospitais tenham chegado em meio a ataques mútuos por quebra da trégua por uma das partes.
Nesta quarta-feira, mais oito mil reservistas foram convocados e, junto a outros 42 mil que já haviam sido chamados, estão de prontidão para uma eventual invasão terrestre. O Exército israelense chegou a pedir que cerca de 100 mil palestinos deixem suas residências no norte da Faixa de Gaza.
RPR/ rtr/ ap/ afp