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Israel e Hamas respeitam cessar-fogo

27 de agosto de 2014

Na Faixa de Gaza devastada, palestinos tentam retomar vida cotidiana. Cessar-fogo de longo prazo foi anunciado após sete semanas de conflito e longas negociações mediadas pelo Egito.

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Devastação no sul da Faixa de GazaFoto: Reuters

O cessar-fogo permanente alcançado nesta terça-feira (26/08) entre Israel e o Hamas foi respeitado durante a noite, disse um porta-voz militar israelense nesta quarta-feira. "Não foram disparados foguetes sobre o território israelense e não foi realizado nenhum ataque aéreo à Faixa de Gaza desde a noite de terça-feira", afirmou.

Nas ruas do enclave palestino, controlado pelo grupo radical islâmico Hamas, a população se dirigia a bancos e lojas na manhã desta quarta-feira, tentando retomar a vida normal. Em Israel, as sirenes de alerta de foguetes amanheceram em silêncio.

O cessar-fogo, que entrou em vigor às 19h desta terça-feira (hora local), prevê, segundo o mediador egípcio, o levantamento imediato do bloqueio imposto desde 2006 por Israel e que dificulta a vida dos 1,8 milhão de habitantes de Gaza. Além disso, a zona de pesca dos palestinos no Mediterrâneo também deverá ser ampliada.

Israel e os palestinos anunciaram o acordo para o cessar-fogo permanente depois de sete semanas de conflito armado, que deixou um saldo oficial de 2.143 palestinos mortos, incluindo 490 crianças, e 70 israelenses e devastou a Faixa de Gaza. Do lado palestino, a maioria das vítimas fatais são civis, enquanto do lado israelense foram 64 soldados e seis civis.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não se manifestou sobre o acordo de cessar-fogo mediado pelo Egito e recebeu duras críticas na mídia do país.

Um oficial do Hamas manifestou disposição em aceitar que as forças de segurança do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, apoiado pelo Ocidente, e o governo unitário formado em junho controlem pontos de passagem do enclave palestino. Tanto Israel quanto Egito veem o Hamas como uma ameaça à segurança da região e buscam garantias de que armas não entrarão em Gaza.

Num segundo estágio do cessar-fogo, previsto para começar dentro de um mês, israelenses e palestinos devem discutir a construção de um porto marítimo. Também deve ser negociada a libertação por parte de Israel de prisioneiros do Hamas na Cisjordânia.

Desde o início da ofensiva israelense, em 8 de julho, Israel atacou mais de 5 mil alvos em Gaza, enquanto militantes palestinos dispararam por volta de 4,5 mil foguetes contra Israel, cerca de mil deles tendo sido interceptados ou caído em áreas palestinas, segundo o Exército israelense.

LPF/lusa/dpa/rtr/ap