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Israel promete revidar ataques do Hamas após fim do cessar-fogo

7 de agosto de 2014

País dá sinais de estar disposto a estender trégua de 72 horas, mas ameaça responder a qualquer foguete disparado. Hamas nega existência de acordo e insiste em fim do bloqueio à Faixa de Gaza.

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Após um mês de conflito, ruínas fazem parte da paisagem da Faixa de GazaFoto: Reuters

Israel prometeu nesta quinta-feira (07/08) que irá revidar eventuais ataques vindos da Faixa de Gaza após o término do cessar-fogo de 72 horas que vigora na região há dois dias. Enquanto isso, as chances de um prolongamento da trégua, que expira nesta sexta-feira, permanecem indefinidas.

"Estamos nos preparando para qualquer situação, e, se eles retomarem os ataques, o Exército vai retomar as operações", declarou o ministro das Comunicações israelense, Gilad Erdan.

Nesta quarta-feira, uma fonte oficial israelense declarou à agência de notícias AFP “não ver nenhum problema” em estender o cessar-fogo “sem condições nem limites temporais”. O grupo radical islâmico Hamas, no entanto, negou a existência de qualquer acordo.

“Não há acordo para prolongar o cessar-fogo. Quaisquer notícias sobre uma extensão da trégua são infundadas", escreveu o chefe adjunto da organização extremista, Moussa Abou Marzouk, em seu perfil no Twitter.

Marzouk integra a delegação presente nas negociações do Cairo pela suspensão das hostilidades. Uma nova rodada de conversas deve ser realizada nesta quinta-feira na capital egípcia, com o foco na extensão da trégua.

Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apelou à manutenção da trégua. “O objetivo atual dos EUA é o de garantir a continuação do cessar-fogo, que Gaza possa iniciar o processo de reconstrução”, afirmou Obama, durante uma conferência de imprensa em Washington nesta quarta-feira. “Não tenho qualquer simpatia pelo Hamas, mas sim pelas pessoas comuns que sofrem em Gaza”, completou.

Obama afimou ainda que Gaza “não pode se sustentar isolada do mundo”, uma referência ao embargo imposto por Israel à região desde 2007, defendendo que a abertura da Faixa de Gaza seria a saída para acabar com a crise no Oriente Médio.

A suspensão do bloqueio, que já dura oito anos, é uma das condições estabelecidas pelo Hamas para a aceitação de um cessar-fogo duradouro. Israel, por sua vez, exige o desarmamento de todos os militantes da organização radical palestina, assim como o desmantelamento dos mísseis que são disparados contra o Estado judeu.

Segundo o Ministério de Saúde palestino, pelo menos 1.886 pessoas, a maioria civis, perderam suas vidas, e mais de 9.800 ficaram feridas em Gaza desde o início do atual conflito, que já dura um mês. Do lado israelense, 64 soldados e três civis morreram, além de 500 pessoas terem ficado feridas.

IP/dpa/lusa/afp/ap