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Israel tem protesto contra deportação de africanos

25 de março de 2018

Mais de 20 mil pessoas vão às ruas de Tel Aviv em manifestação contra o controverso plano do governo Netanyahu de expulsar dezenas de milhares de imigrantes eritreus e sudaneses.

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Protesto nas ruas de Tel Aviv
Protesto nas ruas de Tel AvivFoto: Reuters/C. Kern

Sob o lema "somos todos humanos”, mais de 20 mil pessoas foram às ruas de Tel Aviv no sábado (24/03) em protesto contra os planos do governo Benjamin Netanyahu de expulsar dezenas de milhares de eritreus e sudaneses de Israel.

O plano, que afetaria até 40 mil imigrantes, está atualmente suspenso, por ordem da Suprema Corte. O governo tem até esta segunda-feira para dar mais informações ao tribunal. Em fevereiro, sob protestos, o processo de deportações chegou a ser iniciado.

Segundo a ONG Hotline para Refugiados e Migrantes, cerca de 12 mil pessoas solicitaram refúgio ao chegar ao país desde 2013, mas 7 mil solicitações foram negadas, apenas 11 foram aprovadas e as demais ainda estão sendo processadas.

A nova política do governo para imigrantes africanos foi condenada publicamente por personalidades, coletivos de rabinos, escritores, acadêmicos, médicos e sobreviventes do Holocausto, que enviaram cartas às autoridades israelenses solicitando sua anulação.  Eles dizem que as deportações ferem a ética e a imagem de Israel como um país que protege refugiados.

Dezenas de imigrantes reclusos em um centro de detenção em Holot, no sul do país, já receberam cartas com ordens para abandonar Israel. A eles foi apresentada a opção de voltar ao seu país ou viajar a Ruanda se não quiserem ser presos indefinidamente.

Cada afetado receberá um apoio financeiro de 3.500 dólares e a passagem de avião. Eles serão enviados para seu país de origem ou para um terceiro país – provavelmente Ruanda. Quem se recusar será preso.

A maioria dos imigrantes africanos entrou clandestinamente no país pela fronteira egípcia do Sinai. O governo israelense, porém, construiu um muro que agora separa ambos os territórios.

Em mensagem no Twitter durante o protesto, o ministro da Educação, Naftali Bennett, chefe do partido populista de direita Lar Judaico, pressionou o governo Netanyahu a não ceder. Ele descreveu os imigrantes como "invasores ilegais” e disse que permitir que eles fiquem tornará Israel uma "agência de empregos para o mundo todo”.

Segundo pesquisa de fevereiro do jornal local Haaretz, dois em cada três israelenses apoiam o plano do governo. 

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