Imigrantes muçulmanos presos por atirar cristãos ao mar
16 de abril de 2015Policiais italianos prenderam nesta quinta-feira (16/04) 15 imigrantes muçulmanos acusados de atirar 12 cristãos ao mar, na sequência de uma discussão por motivo religioso num barco que os levava para a Itália.
O drama ocorreu no Estreito da Sicília e, segundo a polícia de Palermo, testemunhas relataram que os muçulmanos, cidadãos da Costa do Marfim, Mali e Senegal, teriam discutido com cristãos nigerianos e ganeses, em minoria. Estes últimos acabaram sendo jogados nas águas do Mediterrâneo e, segundo relatos, todos teriam morrido afogados.
As prisões foram feitas com base nos testemunhos e em fotos tiradas no momento do ataque. Os acusados deverão responder por múltiplo homicídio, agravado por ter como motivação ódio religioso. Outros responsáveis ainda podem ser identificados.
Os sobreviventes contaram que partiram nesta terça-feira da costa da Líbia, num barco inflável que transportava 105 passageiros. Os cristãos que sobreviveram só conseguiram permanecer no barco porque formaram uma "corrente humana" para resistir ao ataque.
Também nesta quinta-feira, outro barco com 45 imigrantes clandestinos afundou no Mar Mediterrâneo a caminho da Itália. A embarcação foi avistada por um avião, que acionou o resgate italiano, mas a ajuda não chegou a tempo de salvar todos a bordo. Apenas quatro passageiros – dois cidadãos da Nigéria, um de Gana e um do Níger – foram resgatados com vida.
Segundo os sobreviventes, o bote inflável também havia partido da Líbia, mas começou a esvaziar assim que a viagem começou. Os quatro foram levados a Trapani, na Sicília.
Os dois incidentes desta quinta-feira ocorreram apenas quatro dias após outra tragédia no Mediterrâneo: um barco com 400 pessoas a bordo afundou também no trajeto Líbia-Itália.
Ao todo, apenas nesta quinta-feira, mais de 500 imigrantes ilegais foram identificados pela marinha da Itália. A situação levou o governo italiano a fazer novos apelos à União Europeiab (UE), pedindo ajuda para o resgate e a acomodação dos imigrantes ilegais, que cada vez mais arriscam a vida no Mediterrâneo, fugindo de conflitos e da miséria em seus países de origem.
Em entrevista ao jornal Corriere della Sera, o ministro italiano do Exterior, Paolo Gentiloni, afirmou que 90% dos custos das operações de patrulha e resgate marítimos acabam recaindo sobre Roma, e criticou a ausência de uma "resposta adequada" por parte da UE.
Apenas neste ano, cerca de 20 mil imigrantes ilegais já desembarcaram na Itália, segundo estimativa da Organização Internacional para Migração (IOM).
MSB/lusa/afp/rtr/dpa/ap