Janot pede inquérito contra Renan, Jucá e Sarney
7 de fevereiro de 2017O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (06/02) a abertura de um inquérito para investigar os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR), o ex-senador José Sarney e o ex-diretor da Transpetro, subsidiária da Petrobras, Sérgio Machado.
Os envolvidos são acusados do crime de embaraço às investigações da Operação Lava Jato. As acusações se baseiam no acordo de delação premiada de Machado e em conversas gravadas com Renan, Jucá e Sarney, divulgadas no ano passado.
Janot afirma que os acusados "demonstram a motivação de estancar e impedir, o quanto antes, os avanços da Operação Lava Jato em relação a políticos, especialmente do PMDB, do PSDB e do próprio PT, por meio de acordo com o STF e da aprovação de mudanças legislativas".
Segundo o procurador, o objetivo seria construir uma base de apoio político para aprovar medidas que ajudassem a conter a Lava Jato, incluindo "a proibição de acordos de colaboração premiada com investigados ou réus presos".
Defesa nega intervenções
Em nota, Renan disse que sempre foi colaborativo com as investigações. O senador reafirmou que a possibilidade de se encontrar qualquer impropriedade em suas contas pessoais ou eleitorais é zero e que o inquérito deve ser arquivado por "absoluta falta de prova".
A defesa de Jucá também afirmou que não vê qualquer tipo de intervenção do senador na Lava Jato. A única ilegalidade seria "a gravação realizada pelo senhor Sérgio Machado, que induziu seus interlocutores nas conversas mantidas, além de seu vazamento seletivo".
O advogado de Sarney disse em entrevista à TV Globo que a abertura do inquérito é importante para comprovar que o crime foi cometido por Machado, que gravou as conversas. A defesa de Machado não se manifestou sobre o pedido de Janot.
Além de alegadamente terem tentado paralisar o avanço da Lava Jato, Sarney, Jucá e Renan são citados, com nomes em código, numa lista sobre pagamento de subornos dentro da empreiteira Odebrecht.
LPF/abr/lusa/ots