Japão quer reativar a maior usina nuclear do mundo
28 de dezembro de 2023A agência reguladora nuclear do Japão anunciou nesta quarta-feira (27/12) que revogou a proibição de operação emitida contra a usina de Kashiwazaki-Kariwa da Tokyo Electric Power (Tepco), a maior do mundo em termos de capacidade.
Com a medida, a operação da usina, parada desde 2012 por questões de segurança, agora só depende da autorização de autoridades locais na província de Niigata, na cidade de Kashiwazaki e na vila de Kariwa.
A Tepco quer reativar a planta para atenuar seus altos custos operacionais.
Por que a usina foi embargada?
A usina de Kashiwazaki-Kariwa tem capacidade de 8.212 megawatts e era a única estação de energia atômica operável da Tepco.
A unidade foi desativada após o desastre de Fukushima, em março de 2011, que levou ao desligamento de todas as usinas nucleares no Japão.
A Autoridade Reguladora Nuclear do Japão (NRA) afirma que a decisão de suspender o embargo se dá após mais de 4.000 horas de inspeção nas instalações da usina.
Antes, em 2021, a NRA havia proibido a operação da usina alegando violações de segurança e medidas antiterrorismo insuficientes, tais como falha na proteção de materiais nucleares e o acesso não autorizado de um funcionário a áreas sensíveis da planta.
Na época, a agência emitiu uma ordem impedindo a Tepco de transportar novo combustível de urânio até a usina ou abastecer seus reatores com hastes de combustível.
"O governo buscará a compreensão e cooperação da província de Niigata e das comunidades locais, enfatizando 'a segurança em primeiro lugar'", disse um porta-voz do governo japonês.
Após a decisão, a Tepco afirmou que continuará trabalhando para conquistar a confiança da comunidade local e da sociedade em geral.
No dia anterior, um tribunal de Tóquio decidiu que a empresa, a única operadora da usina nuclear de Fukushima destruída pelo tsunami, terá que indenizar dezenas de moradores que tiveram que ser evacuados da região.
O Japão tem tentado reativar todas as usinas nucleares que atendam aos critérios de segurança, a fim de reduzir sua dependência de combustíveis fósseis vindos do exterior. Em alguns casos, parte da população local e dos órgãos reguladores tem se oposto a essa estratégia.
ra (EFE, Reuters)