Jihadista alemã de 16 anos pode ser condenada à morte
17 de setembro de 2017A alemã Linda W., de 16 anos, poderá enfrentar pena de morte no Iraque, informou neste sábado (16/09) o primeiro-ministro do país árabe. A adolescente fugira de casa, no estado da Saxônia, em meados de 2016, para se juntar ao um membro da organização jihadista "Estado Islâmico".
Como declarou o premiê Haider al-Abadi à agência de notícias AP, a jovem está sendo atualmente mantida numa prisão em Bagdá, e seu destino se encontra nas mãos dos tribunais iraquianos. "Vocês sabem, sob certas legislações os adolescentes são responsabilizáveis por suas ações, especialmente se o ato é uma atividade criminosa, se redunda em matar gente inocente."
Do chat online para a guerra em Mossul
Linda W. foi capturada por soldados no porão de uma casa em ruínas de Mossul em julho, durante uma ofensiva militar para expulsar o EI da cidade. Autoridades do serviço secreto iraquiano afirmam que ela teria colaborado com as forças policiais do grupo extremista.
Segundo o primeiro-ministro Al-Abadi, os militares do Iraque detiveram 1.333 mulheres e crianças que se renderam a forças curdas. Muitas não são culpadas de nenhum crime, e serão devolvidas a seus países. Entre as estrangeiras, além de Linda W., há cidadãs da França, Bélgica, Síria e Irã.
Antes de desaparecer, da cidade de Pulsnitz, próxima a Dresden, a jovem alemã anunciou que se convertera ao islamismo. Segundo investigadores, ela mantivera contato com jihadistas em plataformas de bate-papo online.
Ao ser entrevistada pelo jornal Süddeutsche Zeitung, logo após a captura, trazia um ferimento de bala na coxa. Ela contou que levara um mês para chegar ao Iraque, através da Turquia e da Síria, e lá se casar com um combatente do "Estado Islâmico".
Mais tarde transferiu-se para Mossul com o marido, que foi morto logo após. Na época, Linda W. declarou: "Quero ir para casa, para a minha família. Quero ficar longe da guerra, das armas, do barulho." Juristas alemães alertaram que ela poderia estar sujeita à pena capital no Iraque, por crimes de terrorismo.
AV/ap.afp,dpa