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José Dirceu é condenado a 23 anos de prisão

18 de maio de 2016

Condenação por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro é a primeira no âmbito da Operação Lava Jato. Cabe recurso da defesa.

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Foto: MAURICIO LIMA/AFP/GettyImages

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, condenou nesta quarta-feira (18/05) o ex-ministro José Dirceu a 23 anos e três meses de prisão por causa de crimes relacionados ao esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato.

Dirceu foi presidente do PT e uma das pessoas mais influentes do primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tendo sido chefe da Casa Civil de 2003 a 2005.

A sentença de primeira instância foi ditada em Curitiba por Moro, que considerou Dirceu culpado das acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa. A pena deverá ser cumprida inicialmente em regime fechado. Cabe recurso da decisão.

"O mais perturbador, porém, em relação a José Dirceu de Oliveira e Silva consiste no fato de que recebeu propina inclusive enquanto estava sendo julgada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal a Ação Penal 470, havendo registro de recebimentos pelo menos até 13/11/2013", afirmou Moro na sentença.

Para Moro, a condenação não inibiu o ex-ministro de repetir os crimes. "Agiu, portanto, com culpabilidade extremada, o que também deve ser valorado negativamente", acrescentou.

No mês passado, o Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal do Paraná a condenação de Dirceu, do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, e de mais 13 réus da ação penal decorrente da 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco. No pedido, o MPF acusou Dirceu dos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-ministro do PT foi preso em agosto de 2015, durante a operação Pixuleco.

Vaccari também foi condenado, com pena de nove anos de prisão.

AS/efe/abr/lusa