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Justiça do Rio de Janeiro proíbe venda de "Minha Luta"

4 de fevereiro de 2016

Juiz ordena apreensão de exemplares de manifesto escrito pelo ex-ditador nazista Adolf Hitler que já estavam à venda nas livrarias cariocas. Empresa que não cumprir decisão judicial sofrerá multa diária de 5 mil reais.

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Foto: picture-alliance/dpa

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro proibiu nesta quarta-feira (03/02), de forma cautelar, a publicação e a comercialização em todo o estado do manifesto "Minha Luta", escrito pelo ex-líder nazista Adolf Hitler.

O juiz da 33ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Alberto Salomão Júnior, ordenou a apreensão dos exemplares que já tenham sido impressos e estavam à venda nas livrarias cariocas, segundo um comunicado do tribunal.

A empresa que não cumprir a decisão judicial sofrerá uma multa diária de 5 mil reais. O juiz, no entanto, concedeu um período de cinco dias para que as bibliotecas apresentem suas alegações.

Em seu parecer, Salomão Júnior considerou que o livro escrito por Hitler em 1925 "incentiva práticas de intolerância contra grupos sociais, étnicos e religiosos". O magistrado argumentou que a venda de livros que veiculam ideias e ideais nazistas ferem gravemente a ordem pública, pois afronta a norma penal insculpida no artigo 20 § 2º, da Lei nº 77168/89.

Salomão Júnior também apontou que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) se pronunciou várias vezes sobre a questão e sempre se posicionou favorável à proteção dos direitos das pessoas ofendidas, em detrimento das obras que "incentivam o ódio e a violência".

Depois que os direitos de autoria do "Minha Luta" terem caducado no ano passado, duas editoras brasileiras decidiram imprimir o manifesto. Um dessas versões, publicado pela Centauro Editora, já estava à venda nas livrarias.

Quando o Ministério Público (MP) pediu à Justiça, na semana passada, que esta proíba a publicação da obra, a Geração Editorial, que preparou uma edição comentada do livre de Hitler, criticou a postura da promotoria.

A editora assegurou que o estudo crítico que acompanha a sua versão do manifesto de Hitler é "antinazista" e comenta as ideias "abomináveis" do ex-ditador alemão parágrafo por parágrafo. Vale destacar que as grandes livrarias não estavam comercializando a versão da Centauro, mas planejavam vender os exemplares da Geração.

PV/efe/ots