Lavrov e Kerry trocam acusações em Genebra
2 de março de 2015Os Estados Unidos e a Rússia se revezaram, nesta segunda-feira (02/03) em Genebra, nas acusações de violações de direitos humanos no leste da Ucrânia por parte dos separatistas pró-russos e o governo em Kiev, respectivamente – mesmo que um recente relatório das Nações Unidas tenha constatado que ambas as partes são culpadas.
O secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, se encontraram em Genebra para o que Kerry classificou como "debate franco" sobre a situação na Ucrânia, Síria e as atuais conversações sobre o programa nuclear iraniano.
Minutos depois de Lavrov ter subido ao pódio para discursar, Kerry afirmou a jornalistas: "Não se deixem enganar". Homens, mulheres e crianças teriam sido mortos, torturados, violentados, sequestrados e forçados a trabalhar, não somente na Ucrânia, mas também na Crimeia, disse Kerry.
Quanto às conversações sobre o programa nuclear iraniano, o secretário de Estado americano abrandou as expectativas com vista a um acordo rápido. Embora haja progressos, "o caminho ainda é longo e o tempo está se esgotando", declarou Kerry.
Acusações de Lavrov
Em seu discurso perante o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Lavrov, por sua vez, criticou o governo ucraniano, apontando para as dificuldades impostas a jornalistas russos e ao bloqueio de Kiev a territórios sob o domínio dos separatistas, o que teve sérias consequências para a população civil, defendeu o ministro.
Lavrov salientou que o atual acordo de cessar-fogo também inclui a obrigação de reformas que dariam, efetivamente, mais autonomia à população de língua russa no leste da Ucrânia. "O cessar fogo está sendo consolidado. Artilharia pesada está sendo retirada", declarou o ministro do Exterior da Rússia.
As declarações de Lavrov foi feitas após acusações do Conselho de Segurança Ucraniano, de que os separatistas haviam violado o cessar-fogo. Segundo Andrei Lysenko, porta-voz do governo em Kiev, um soldado foi morto e quatro outros foram feridos em embates nas últimas 24 horas.
CA/dpa/rtr