Leste alemão fez progressos na recuperação econômica
19 de novembro de 2001A economia do leste alemão, região que esteve sob o regime comunista da Alemanha Oriental durante 40 anos, fez progressos na sua equiparação com a parte ocidental do país e até superou as expectativas dos especialistas. Essa é a conclusão a que chegou um estudo do Instituto de Crédito para a Reconstrução (KfW), órgão federal que atua como um banco de fomento ao desenvolvimento.
É certo que o crescimento econômico perdeu o ímpeto dos anos logo após a reunificação, e que as perspectivas para 2002 dão motivo a preocupação, admitiu o diretor do KfW, Hans W. Reich, hoje, em Berlim, ao apresentar o estudo. " Mas o mais importante é que o processo de recuperação da economia alemã oriental não estancou", acrescentou.
O salto do comunismo ao capitalismo - Os indicadores econômicos documentam uma tendência que Reich caracterizou de muito positiva. O índice de produtividade saltou de 42% do nível ocidental, em 1991, para 69%, em 2000. O PIB (Produto Interno Bruto) subiu de 33% para 60% do nível ocidental nesse período, enquanto a renda bruta da população aumentou de 50% para mais de 77% do que ganham os alemães ocidentais. Os investimentos no leste foram da ordem de 7.900 marcos por habitante em 1999, superando, inclusive, a relação na parte ocidental da Alemanha (5.300 marcos).
O Instituto de Crédito para a Reconstrução justifica a gigantesca transferência de recursos da parte ocidental para a oriental, no passado, mas acha ultrapassada a concepção de um incentivo econômico geral para o leste alemão. Qualquer programa deveria contemplar as diferenças regionais, segundo o estudo.
Nova concepção de incentivo - A estrutura regional ainda estaria sob forte influência dos tempos da Alemanha Oriental. Para Dresden e imediações, por exemplo, a especialização em microeletrônica foi vantajosa, mas o mesmo não se pode dizer de Eisenhüttenstadt com as siderúrgicas e a Saxônia com a indústria têxtil. Tiveram êxito no processo de transformação as regiões que souberam se separar dos setores sem rentabilidade, apostando em áreas promissoras, segundo Reich.
Como foram fundadas inúmeras microempresas e pequenas firmas no leste na última década, ele recomenda que os futuros programas de incentivo se concentrem na sua ampliação. Principalmente no setor da indústria da transformação, tais empresas seriam muito pequenas como para aproveitar as vantagens da produção em grande escala, como menores custos por unidade.