Londres não tem provas de que Al Qaeda organizou atentados
11 de maio de 2006O governo britânico não encontrou provas concludentes do apoio da rede terrorista Al Qaeda aos quatro atentados suicidas de 7 de julho de 2005, em Londres. Seus autores, no entanto, já tinham passagem pela polícia, aponta um relatório oficial.
O documento – apresentado nesta quinta-feira (11/05) ao Parlamento pelo novo ministro do Interior britânico, John Reid, é resultado de uma investigação oficial sobre os ataques contra o sistema de transporte de Londres que mataram 56 pessoas e feriram mais de 700.
Vídeo da Al Qaeda
Em seu relatório, o governo indica que ainda não há "provas firmes" para confirmar as afirmações do "número dois" da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri. Em vídeo transmitido em 19 de setembro do ano passado, Al-Zawahiri considera uma honra para a rede os ataques terroristas à capital britânica.
Os autores do documento de 41 páginas também não encontraram provas concludentes da natureza do apoio dessa organização aos quatro suicidas. O que parece claro é que os suicidas começaram a planejar os atentados pouco depois que dois deles visitaram o Paquistão, entre 19 de novembro de 2004 e 8 de fevereiro de 2005.
Os quatro terroristas – jovens britânicos de origem paquistanesa e jamaicana – agiram motivados por "um feroz antagonismo" em relação ao que percebiam como uma injustiça do Ocidente contra os muçulmanos, e "um desejo de se transformarem em mártires", segundo o relatório.
O ministro se comprometeu a aprender as lições dos dois relatórios, mas descartou abrir uma investigação pública sobre os atentados.
Passagens pela polícia
O outro relatório, elaborado pela Comissão de Inteligência e Segurança da Câmara dos Comuns, afirma que "haveria mais possibilidades de evitar os atentados caso tivessem sido destinados mais recursos a tempo", ou se os serviços de segurança tivessem tomado outras decisões entre 2003 e 2005.
O documento confirma que Sidique Khan, de 30 anos e autor do atentado ao metrô em Edgware Road, e Tanweer, de 22 anos e que atacou Aldgate East, já haviam sido investigados pelos serviços secretos antes do 7 de julho. Lindsay, o suicida de origem jamaicana, também já tinha passagens pela polícia.