Love Parade sem drogas e com muito patrocínio
15 de julho de 2006Quem disse que ela estava morta e enterrada enganou-se redondamente. A Love Parade de Berlim começa neste sábado (15/07), com a presença prevista de pelo menos um milhão de ravers.
O momento não poderia ser mais oportuno: até o domingo passado mais de nove milhões de pessoas estavam celebrando o evento máximo do futebol na Alemanha. Durante um mês inteiro, os turistas encheram a "fanmeile", entre o Portão de Brandemburgo e a Coluna da Vitória. Agora, os organizadores do festival tecno esperam multidões comparáveis prestigiando seu evento.
"Não" às drogas
"The Love is Back!" é o nome da mais nova edição da Love Parade. "De volta" porque a maior festa rave do mundo havia feito uma pausa de dois anos. Mas, por maior que seja o sucesso, a Parade não é a mesma que nos anos 90 – uma era coroada pela edição de 1999, que reuniu 1,5 milhão de participantes na capital alemã.
A grande diferença é a ausência de drogas. Os novos organizadores querem justamente apagar a imagem dos ravers entupidos de ecstasy e armados de garrafas com alta concentração alcoólica. Em vez disso, os festeiros receberão balas de glucose, para manter alto o nível energético, e bebidas não-alcoólicas, a fim de reduzir a possibilidade de acidentes.
Segundo o principal patrocinador, Rainer Schaller, dono de uma cadeia nacional de academias de ginástica, "as drogas não têm lugar na parada".
Toda a palheta da dance music
Porém esta não é a única diferença na atual Love Parade. Ela oferecerá todo o espectro dos ritmos modernos: house, trance, drum 'n' bass, minimal, progressive, chill out e muito mais.
Além de 40 dos tradicionais carros de desfile, onde DJs e dançarinos mostram sua arte, haverá 11 palcos à disposição dos pilotos do vinil. Entre eles, o mais jovem é o DJ Sascha, "The Raveboy", com nada mais do que 13 aninhos. Dessa vez, os organizadores também trouxeram mais DJs do exterior.
Mas tudo tem um preço. Os que criticaram a comercialização da Love Parade nos últimos anos, não ficarão nada satisfeitos com a edição 2006. Caminhões, carros de desfile e todo o equipamento serão outdoors ambulantes para os patrocinadores do evento.
É a única forma de cobrir os custos, afirma Schaller. Eles se tornaram astronômicos a partir de 2001, quando a cidade se recusou a continuar financiando a festa, negando-lhe o status de manifestação política. Mas, no momento, o pai da festa está otimista: se depender dele, "Love" voltou para ficar.